domingo, 26 de novembro de 2017

Requião defende a criação de uma frente pró-Lula

Moreira Mariz

No lançamento paulista da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) diz que a questão não é "fora Temer", porque "o inimigo é o capital financeiro" e defende a criação de uma frente pró-Lula; parlamentares e movimentos sociais querem a revogação de medidas do atual governo
Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual - No lançamento paulista da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, movimentos sociais e políticos, basicamente do PT e do PMDB não alinhados a Michel Temer, defenderam unidade com vistas a 2018 e atos de revogação das medidas do atual governo. Último a falar, na noite de ontem (23), o senador Roberto Requião (PMDB-PR), afirmou que é preciso "somar", chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "candidato maravilhoso", mas falou que ele precisa de uma "frente aberta", no sentido partidário, para não caminhar, por exemplo, para a radicalização.
A questão, para ele, não é o "fora, Temer", como alguns defendem. "O Temer é um peão de terceira categoria nessa história. O inimigo é o capital financeiro", afirmou, no encerramento do ato, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, região central da capital paulista. É o quinto estado que recebe o lançamento da frente, formada, segundo seus líderes, por mais de 200 parlamentares.
Faziam parte da mesa vários parlamentares petistas, como os deputados Carlos Zarattini (SP), líder do partido na Câmara, Nilto Tatto (SP), Paulo Teixeira (SP) e Patrus Ananias (MG), além do presidente da legenda em São Paulo, Luiz Marinho, e o líder na Câmara paulistana, Antonio Donato. Pelo PMDB, além de Requião, o deputado Celso Pansera (RJ). E representantes de diversos movimentos, como a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e o líder da Central de Movimentos Populares (CMP) Raimundo Bonfim, além do escritor Raduan Nassar, entre outros.
Para Pansera, ministro de Ciência e Tecnologia no segundo governo Dilma Rousseff, 2018 será um ano "paradigmático", com o país ameaçado de perder "janelas de oportunidades" no setor. "A inovação e a ciência agregam valores aos produtos. O Brasil, que teve um avanço muito grande de 2003 a 2014, nos últimos anos tem sofrido um ataque muito duro na área", afirmou.
Elite apátrida

Outro ex-ministro, Patrus Ananias criticou a Lei 13.467, de "reforma" da legislação trabalhista, que segundo ele desvirtua o ordenamento jurídico. Chamou a atenção para a ameaça de privatização do Banco do Brasil, o que terminaria por acabar com "linhas decentes de apoio à agricultura familiar", e da Caixa Econômica Federal, prejudicando famílias de baixa renda. E também identificou ameaças à integridade do território nacional: segundo Patrus, estão "esperando o momento de dar o bote" para permitir uma venda ilimitada de terras a estrangeiros.

"A soberania nacional está vinculada à soberania popular", afirmou o deputado, criticando "uma parcela poderosa da burguesia brasileira dissociada do projeto nacional, uma elite apátrida desde os tempos da colônia, que nunca aceitou nossas origens africanas, nossas origens indígenas". Patrus iniciou sua fala com uma saudação a Raduan, considerando Lavoura Arcaica "a mais importante obra literária publicada no Brasil desde 56, quando Guimarães Rosa publicou Grande Sertão: Veredas". 
O autor amazonense falou apenas uma frase, mas foi o único a ser aplaudido de pé pelo auditório, ao defender "resistência, resistência e resistência". Depois dele, Requião fechou o evento, que durou três horas, chamando Temer de "fantoche", "figura absolutamente insignificante" diante do processo histórico e econômico em curso no Brasil e no mundo, que faz, segundo afirmou, o país caminhar no sentido contrário ao do crescimento.
Um processo composto, de acordo com a visão do senador, pelo tripé "precarização do Estado", com poder dado ao capital, "precarização do parlamento", com privatização de campanhas eleitorais, e "precarização do trabalho", com a prevalência do negociado sobre o legislado e o fim da previdência pública. "Aí temos de deixar bem claro a importância do Bradesco e do Itaú no financiamento do golpe. Não é neo, é o velho e safado liberalismo econômico, uma espécie de zumbi transformado em modelo econômico. Não tem a menor chance de ser modelo de desenvolvimento para o nosso país."
Necessidade de revolta

Representante da Marcha Mundial das Mulheres, Sarah de Roure apontou as tentativas de controle pelo poder financeiro. "Controlar nosso trabalho, nosso tempo, nossos recursos naturais, nossos corpos está na agenda do capital."

Para a presidenta da UNE, é preciso "se revoltar" e fazer com que a população tenha esse sentimento. "Não podemos dormir em paz sabendo que nosso país está sendo vendido. Se perdemos a universidade pública, a Petrobras, mesmo com um governo progressista teremos dificuldade de retomar", disse Marianna.
Boulos afirmou que o país vive um "momento de regressão democrática", com novas etapas de "fechamento", como a "infame" reforma trabalhista. Não fosse uma República "esculhambada", disse o líder sem-teto, muitos do governo estariam presos por crime de lesa-pátria.
"Eles enganaram o povo brasileiro", acrescentou Zarattini. "A Rede Globo mobilizou milhares de pessoas, que foram para as ruas de camisa amarela, para ver a entrega das riquezas brasileiras e a perda de direitos."
Unidade na resistência

"Quem manda no Brasil hoje são os bancos, e aqueles que estão no Planalto são títeres do bancos", disse na sequência o deputado Paulo Teixeira. "Fizeram uma lei de leniência para os bancos e expõem as indústrias brasileiras para morrer." Ele fez também referência à Medida Provisória (MP) 795, sobre tributação da exploração de petróleo e gás: "Estão acabando com o conteúdo nacional". Falando em "pacote anti-povo", o deputado defendeu a necessidade de um referendo revogatório de todas as medidas do governo Temer.

Donato pediu unidade. "Eles estão unificados na pauta deles. Também temos de estar unificados na nossa pauta de resistência." O presidente estadual do PT reforçou, ao falar sobre a "construção de um processo de unidade no campo popular" e pedindo mobilização. "Sabemos que somos minoria no Congresso, portanto a necessidade das ruas, de um levante popular. Precisamos criar condições para que o próximo Congresso não seja tão covarde e entreguista quanto o atual", disse Marinho, também falando em "ato revogatório" de medidas adotadas pelo atual governo.
Ex-ministro da Previdência (governo Lula), ele afirmou que o problema do setor não é falta de dinheiro, mas a corrupção e a sonegação das grandes corporações. "O problema é a tentativa de ludibriar o ovo brasileiro para comprar plano privado de pensão."
Presidente da frente parlamentar, que chegará a outros estados nos próximos dias, Requião vê um momento de "pasmaceira" no país, mas acredita que a tendência é de reação. "A realidade vai acabar entrando não pela tela da televisão, mas pela porta e pela janela do trabalhador. É o que vai mobilizar este país. Estamos tentando construir uma proposta com base em informação."


Campo Mourão e Umuarama decidirão o título do futsal masculino

Campo Mourão garantiu vaga na decisão após vencer Cascavel por 4 a 2 enquanto Umuarama conquistou a vaga ao derrotar nas penalidades, a equipe de Foz do Iguaçu, após empate em 2 a 2 no tempo normal.
A decisão acontece neste domingo às 11 horas no Ginásio do Complexo Esportivo do Lagoão, que deve receber grande público. Já a disputa pelo terceiro lugar entre Cascavel e Foz do Iguaçu ocorre às 10h30 no ginásio Eros Boscardin Torres, em Cambira, que também deve lotar.
De virada, Campo Mourão venceu Cascavel e está na final. (Foto: Thaise Oliveira/SEET-PR)

Se durante a fase de grupos emoção não faltou no futsal masculino, na semifinal não seria diferente. Os duelos deste sábado (25), no ginásio Lagoão, foram um verdadeiro show da modalidade definindo os finalistas da 60ª edição dos Jogos Abertos do Paraná, divisão A. Após vencer a equipe de Cascavel por 4 a 2, Campo Mourão foi o primeiro a garantir a vaga na grande final. 
Em seguida, Umuarama e Foz do Iguaçu empataram por 2 a 2 levando a decisão para as penalidades máximas, com vitória do atual campeão da divisão B, Umuarama. 

CAMPO MOURÃO X CASCAVEL

Quarenta e cinco segundos. Foi esse o tempo necessário para a rede balançar vez na primeira partida da semifinal do futsal masculino. Ernandes abriu o placar para a equipe de Cascavel assim que a bola rolou. Mas se alguém achou que o jogo seria tranquilo para o time cascavelense se enganou. Um minuto depois, o goleiro Alexandre acertou uma bomba e deixou tudo igual. 

Com o ritmo acelerado, as duas equipes tocavam bastante a bola em busca de um espaço para finalizar e voltar a comemorar. Entretanto, as duas defesas trabalhavam muito bem, principalmente o goleiro de Campo Mourão que realizou ótimas intervenções, e a marcação não deixou a desejar. Dessa forma, o resultado permaneceu o mesmo. 

No segundo tempo, o desempenho dos times continuou igual. Jogo pegado, sem pausa e muitos chutes contra a meta adversária. Melhor em quadra, Cascavel voltou a ficar na frente aos 24 minutos com gol de Issamu. Logo em seguida, aos 27, Luiz Fernando voltou a deixar tudo igual. Com o empate, as equipes iam para o tudo ou nada, mas Campo Mourão foi mais eficiente e marcou dois gols em menos de cinco minutos, um com Alessandro, aos 34, e outro com Marcelo, aos 38, resultando na classificação to time campo-mourense.

O capitão da equipe, Mario Junior, falou sobre como foi enfrentar um dos favoritos ao título e conseguir a classificação. “Sabíamos que a nossa concentração teria que ser alta. Caímos na chave mais difícil, com um jogo a mais, não tivemos vida fácil. Eliminamos a forte equipe de Francisco Beltrão e hoje sabíamos que eram os favoritos e a gente teria que marcar muito bem, não errar e aproveitar todas as chances”, disse. 


Segundo o atleta, a união do grupo é o fator fundamental para a boa campanha. “Nosso grupo é bom, todos se ajudam. Não temos uma estrala maior, são todos iguais e lutando pelo mesmo objetivo. Acho que isso nos fortalece e que nos fez chegar até aqui”, finalizou. 

FOZ DO IGUAÇU X UMUARAMA

Brigando pela outra vaga à final, Umuarama e Foz do Iguaçu fizeram um primeiro tempo equilibrando e mais defensivo. Os times trabalhavam a bola com calma buscando um espaço para finalizar, mas as defesas foram muito eficientes. Superior em quadra, a equipe de Umuarama tinha mais posse de bola e criava mais oportunidades, apostando, inclusive, na tática de usar goleiro linha para chegar ao primeiro gol, mas não foi o suficiente para passar pelo bloqueio do Foz. 
No segundo tempo, os atletas continuaram se respeitando, mas o time de Umuarama tomou mais iniciativa de jogo e foi pra cima. Tática que deu certo, pois aos 30 minutos, Eduardo abriu o placar, resultado que deu mais confiança à equipe que voltou a balançar a rede um minuto depois com Gutierre.

Mas como diz o velho ditado, “o jogo só acaba quando termina”, Foz do Iguaçu foi atrás do resultado e conseguiu empatar com Leo Costa e Leanderson. Com o resultado igualado, a decisão foi para os pênaltis. Nas cobranças, mais uma vez Umuarama conseguiu a classificação. 

Autor do primeiro gol e efetivo na defesa, Eduardo falou sobre a partida. “Foz é uma das quatro melhores equipes do Brasil, foi longe na Liga. Houve um respeito de ambas as partes, pois sabemos que tem grandes jogadores lá, assim como eles sabem que tem aqui. No segundo tempo fomos um pouco mais pra frente, subimos a marcação e eu tive a felicidade de cair de pivô e acertar o gol. Agora é ter tranquilidade, foram três decisões por pênaltis e espero que amanhã a gente conquiste o título no tempo normal”, disse. 

Campeões neste ano dos Jogos Abertos do Paraná, divisão B, Umuarama chegou mais longe do objetivo inicial na competição. Além disso, Eduardo contou que o time conhece bem o adversário de amanhã e espera um grande jogo. “Felizmente caímos no Paranaense e fomos com foco pros JAPs B, onde conseguimos o título e subimos. Nosso objetivo aqui era ficar entre os quatro primeiros e hoje tivemos uma conversa sobre alcançar algo a mais. Já jogamos várias vezes contra o Campo Mourão, em amistosos e no Paranaense, e eles sabem como nós jogamos. Amanhã será uma grande partida. Que vença o melhor e eu espero que seja nós”, finalizou.
A partida da grande final do futsal masculino está marcada para às 11h00 no ginásio Lagoão. Já a decisão do terceiro lugar, entre Cascavel e Foz do Iguaçu, será no ginásio Eros Boscardin Torres em Cambira às 10h30.


Fonte: Portal dos JAPs