segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Culto ecumênico marca Dia do Servidor Público em Apucarana

O momento espiritual foi celebrado pelo monsenhor Roberto Carrara e pelo pastor Othoniel Gonçalves 
(Foto: Edson Denobi)
Funcionários lotados no prédio central da Prefeitura participaram, na manhã desta segunda-feira (30), de um culto ecumênico. Realizado no salão nobre, o momento espiritual foi celebrado pelo monsenhor Roberto Carrara e pelo pastor Othoniel Gonçalves.
O culto contou ainda com a participação de convidados. Othoniel Gonçalves Junior (filho do pastor Othoniel) entoou diversas canções, o educador social, Cléverson Machado da Silva, declamou a poesia “Nada era dele” e a servidora municipal, Gleice Rodrigues, conduziu o momento do “credo dos apóstolos” e a oração de São Francisco de Assis.
Reafirmando o caráter ecumênico, o pastor Othoniel disse que a “comunhão ocorre na convergência e o amor na divergência.” Também solicitou que cada um seguisse durante a celebração a liturgia da sua denominação religiosa.
Citando trecho da Carta de São Paulo aos Efésios, o monsenhor Roberto Carrara fez uma reflexão sobre a importância do servidor público. “Somos instrumentos nas mãos de Deus. Cada um de vocês recebeu vários talentos, isto é, capacidade de trabalho, que devem ser utilizados não em benefício pessoal mas das pessoas que dependem deste serviço”, pontuou o monsenhor, exortando todos a “levarem uma vida digna da vocação que cada um recebeu”.
Durante a celebração, o vice-prefeito de Apucarana, Sebastião Ferreira Martins Junior (Junior da Femac), falou em nome do prefeito Beto Preto. “Ser servidor é muito mais que um emprego, é um serviço sagrado. Às vezes, não dimensionamos o tamanho da nossa missão. Até o final do ano, a população de Apucarana chegará a 133 mil habitantes, enquanto o número de servidores municipais é de cerca de 3 mil, ou seja, pouco mais de 2% da população”, compara, acrescentando que o prefeito tem a vontade de realizar, mas que isso é executado na prática pelos servidores públicos municipais.
O prefeito de Apucarana, Beto Preto, lembra que o Dia do Servidor é comemorado em 28 de outubro. “Desde sexta-feira, várias atividades estão sendo desenvolvidas em comemoração ao Dia do Servidor, fechando com este momento especial que é o culto ecumênico. Quero reiterar minha gratidão pela dedicação de todos em suas funções, prestando um grande trabalho junto à população nos mais diversos setores e vencendo as dificuldades diárias”, ressalta Beto Preto, prestando também homenagem aos servidores que já faleceram. “A perda do Caio Salinet foi a mais recente e que o empenho e a dedicação que ele sempre demonstrou sejam um estímulo para os demais servidores”, completa Beto Preto.


IBOPE: Lula já tem quase 60% dos votos do nordeste

Ricardo Stuckert

A pesquisa Ibope para 2018, cuja íntegra foi divulgada agora há pouco no site do instituto, revela que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou força em todos os segmentos sociais: em todas regiões, faixas de renda, níveis de escolaridade e idade; no Nordeste, que tem 26% do eleitorado brasileiro, Lula tem 57% das intenções de voto, contra 8% de Bolsonaro e apenas 1% de Alckmin; entre os brasileiros que ganham até um salário, Lula lidera com 49%, contra 5% de Bolsonaro e 5% de Alckmin; esta faixa da população representa 26% do eleitorado; já entre os brasileiros que se declaram negros ou pardos, que representa 60% dos eleitores brasileiros segundo o Ibope, Lula tem 41% das intenções de voto, contra 13% de Bolsonaro e 3% de Geraldo Alckmin; população brasileira responde ao golpe colocando Lula cada vez mais isolado na liderança
Piauí 247 – O Ibope divulgou nesta segunda-feira, 30, a íntegra da pesquisa contratada pelo jornal O Globo, que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança isolada para a campanha presidencial de 2018, com 35% de intenções de voto.
Alguns detalhes interessantes revelados pela íntegra da pesquisa mostram que Lula ganhou força em todos os segmentos sociais: em todas regiões, faixas de renda, níveis de escolaridade e idade.
Na região Nordeste, onde Lula realizou uma caravana entre os dias 17 de agosto e 5 de setembro, o líder petista detém na menos que 57% das intenções de voto, contra 8% do deputado Jair Bolsonaro e apenas 1% do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A região Nordeste concentra 26% do total de eleitores do País.
Como lembrou o jornalista Miguel do Rosário, do Cafezinho, entre os brasileiros que ganham até um salário, Lula lidera com 49%, contra 5% de Bolsonaro e 5% de Alckmin. Esta faixa da população representa 26% do eleitorado.
Já entre os brasileiros que se declaram negros ou pardos, que representa 60% dos eleitores brasileiros segundo o Ibope, Lula tem 41% das intenções de voto, contra 13% de Bolsonaro e 3% de Geraldo Alckmin.
No geral, Lula tem 35% das intenções de voto. Nos resultados da espontânea, Lula tem 26% das intenções.



A solução virá com um estadista do povo


A senadora Gleisi Hoffmann afirma que a solução para o país virá com Luiz Inácio Lula da Silva, um estadista do povo. “Com um governo que novamente represente a grandeza desse gigante não mais adormecido, mas violentado e massacrado no seu direito de existir e de se desenvolver”, escreve.
A solução virá com um estadista do povo
As sucessivas trapalhadas, gafes internacionais, desmontes do estado, dos programas sociais e as medidas que sacrificam à exaustão a capacidade de recuperação da economia brasileira e o bolso da população, promovidas pelo governo que está aí, trazem para o cenário de 2018 uma certeza: precisamos recuperar com urgência, internamente e lá fora, a confiança no Brasil. Não com discursos demagógicos, bizarros, moralistas, simplistas e irresponsáveis, mas com a seriedade que só a postura e os compromissos de um verdadeiro estadista do povo podem assegurar. E o presidente Lula, em seu governo, já demonstrou ser possível fazer.
Se as eleições presidenciais fossem hoje, de acordo com a mais recente sondagem do Ibope, Lula alcançaria 35% das intenções de voto na consulta estimulada, contra o segundo colocado nessa disputa, que teria apenas 13%. Mais uma vez os institutos de pesquisa confirmam o que as imagens da caravana de Lula Pelo Brasil, nas edições do Nordeste e de Minas Gerais, retratam, ou seja, sua popularidade e o apelo do povo por uma condução responsável, sensível às necessidades da população e séria na condução dos rumos do País. Quase como um grito de socorro.
Lula fez dois governos com responsabilidade na área fiscal e com superávit todos os anos. Mas priorizou a área social, a educação, a saúde, a assistência. Conciliou desenvolvimento e inclusão social. Valorizou o salário mínimo e aumentou muito os investimentos em infraestrutura. Por isso, tirou o Brasil do mapa da fome, para onde vergonhosamente estamos de volta.
A farsa da tal da política de austeridade e o disparate do teto de gastos alardeados pelo golpe não colam mais. Quanto se gastou para rejeitar as denúncias contra Temer e de onde saiu esse dinheiro? As pessoas questionam, mas as autoridades e boa parte da imprensa se calam.
Os setores empresariais, em especial aqueles que acreditaram que as reformas propostas seriam a tábua de salvação na crise e que promoveriam uma política fiscal que lhes favorecesse, inclusive anulando direitos sociais constitucionais, também já desencantaram. Esse teto de gastos foi pensado para ser cumprido com uma reforma previdenciária que massacrasse o povo pobre, mas que não mexesse um centímetro nos tantos privilégios que existem.
Nas andanças por Minas, Lula disse que quer mudar isso. Não tem como manter esse teto de gastos assim, sem parar todos os programas sociais, como Temer está fazendo; sem minguar o orçamento das universidades, a ponto delas fecharem as portas em um curtíssimo prazo; sem deixar de financiar a ciência e a tecnologia e sem deixar de investir em setores estratégicos do desenvolvimento e da soberania nacional. Se continuar dessa forma, o teto de gastos se transformará na extrema-unção da qualidade de vida do povo brasileiro. Um povo fadado ao desengano com relação ao seu futuro.
Não é a crueldade das medidas de reforma previdenciária, penalizando os pobres, as mulheres e as categorias diferenciadas pela natureza do trabalho pesado que exercem, a solução para os problemas do País. Muito pelo contrário. É possível fazer diferente, de forma equilibrada, justa e de modo a promover inclusão social, em vez dos privilégios. Tão pouco reduzindo o estado a fantoche de interesses externos. Não mesmo!
A quem serve o governo ilegítimo de Michel Temer, afinal? Ao mercado financeiro, aos ruralistas, grandes empresários, ao capital estrangeiro, especificamente os interesses norte-americanos, e a 300 parlamentares subordinados a esses mesmos comandos e de olho apenas nas vantagens individuais e imediatistas que puderem obter.
Digo e repito: precisamos urgentemente resgatar a confiança na seriedade e na responsabilidade do Brasil com sua economia e com sua gente. E a solução virá com um estadista do povo. Com um governo que novamente represente a grandeza desse gigante não mais adormecido, mas violentado e massacrado no seu direito de existir e de se desenvolver.
*Gleisi Hoffmann é senadora da República e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).


Como a Bolívia se tornou o país que mais cresce na América do Sul

A Bolívia está há mais de uma década crescendo a uma média anual de 5% – muito superior à dos Estados Unidos e à dos países sul-americanos.
Bolívia cresce uma média de 5% há mais de cinco anos (Foto: Getty Imagens) 

Apesar da crise no preço das commodities, o governo boliviano conseguiu manter o ritmo e foi cuidadoso para não desperdiçar o dinheiro que entrou após a nacionalização do gás e do petróleo em 2006.
O país tem crescido muito graças às exportações de gás natural que vende ao Brasil e à Argentina, o que gera o risco de ancorar seu crescimento a esse recurso. E, embora tenha feito esforços para diversificar a economia (com a venda de diesel, estanho e soja), permanece a pergunta de quanto tempo vai conseguir sustentar seu modelo de desenvolvimento.
Apesar disso, o crescimento ocorrido nos governos do presidente Evo Morales, que está no poder há mais de 10 anos, tem sido chamado de "milagre econômico boliviano".
Analistas do FMI, economistas bolivianos e até a oposição concordam que a política econômica de Evo, é eficaz (Foto: Getty Imagens) 

No ano passado, a Bolívia cresceu 4,3%, sendo seguida por Paraguai (4,1%) e Peru (4%). A lista segue com Colômbia (2%), Chile (1,6%) e Uruguai (1,5%).
O desempenho foi bastante alto se comparado ao dos Estados Unidos, que cresceu apenas 1,5%, e com a América Latina, que teve uma retração de 0,9%. O Brasil teve retração de 3,6% em 2016.
No campo político, a gestão de Evo tem sido elogiada por suas reformas inclusivas, mas duramente criticada por suas supostas tendências autoritárias, casos de corrupção e o nascimento de uma chamada "burguesia aymara" – em referência ao povo indígena do qual Evo faz parte.
Embora haja posições distintas em relação à atuação política do governo Morales, sobre a condução da economia os especialistas nacionais e internacionais convergem.
Segundo eles, estes são os três pilares do sucesso econômico da Bolívia:

1. Gás e petróleo

Em 2006, quando Evo Morales decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos (como gás e petróleo), a economia boliviana entrou em uma nova era.
Essa fase incluiu, em alguns casos, a transferência de empresas privadas para as mãos do Estado e, em outros, a renegociação de contratos com empresas estrangeiras que continuaram operando no país.
Uma dezena de multinacionais assinaram novos contratos com a estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), concordando em pagar uma taxa de entre 50% e 85% sobre o valor da produção, entre outras coisas.
Em 2006 o governo renegociou os contratos de petróleo e gás com as empresas estrangeiras
(Foto: Getty Imagens)

"O governo aumentou consideravelmente as receitas do Estado", diz o economista Luis Pablo Cuba, professor convidado da Universidade Mayor de San Simón.
"A nacionalização e o imposto direto cobrado sobre os hidrocarbonetos foram alguns dos principais elementos que explicam o alto crescimento econômico", afirma.
A alta nas receitas foi acompanhada de fortes investimentos públicos e de um modelo de desenvolvimento produtivo baseado na demanda interna.

2. Investimento planejado

"Nos últimos 14 anos, o crescimento econômico foi impulsionado principalmente pela explosão dos preços das matérias-primas, pelo aumento de impostos, pelos significativos investimentos públicos e pelo alto gasto em políticas sociais", disse um porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI) à BBC Mundo.
"Durante a explosão das commodities, a pobreza diminuiu e o governo sabiamente guardou uma parte dos recursos, construindo uma grande reserva financeira'", afirma.
O gás natural é a principal fonte de receitas da Bolívia: governo mantém contratos de longo prazo com cotação fixa (Foto: Getty Imagens)

Essa poupança passou de US$ 700 milhões para US$ 20 bilhões, o que permitiu ao governo absorver o impacto da queda nos preços a partir de 2014.
A liderança da Bolívia no crescimento na América do Sul deve ser mantida neste ano e no próximo, segundo as projeções do FMI.
O FMI prevê que o país deverá crescer 4,2% neste ano e 4% no próximo
(Foto: Getty Imagens)

Uma análise da economista Nicole Laframboise, publicada no blog do órgão, sugere que outro fator importante foi a queda no uso de dólares (que costumava ser usado em vez da moeda local) há cerca de dez anos.
"Isso ajudou a melhorar a efetividade da política monetária, contribuiu para a estabilidade do setor financeiro e permitiu que mais bolivianos tivessem acesso a crédito e a serviços financeiros", disse a economista.

3. Estabilidade

Tanto economistas do FMI quanto analistas locais concordam que a estabilidade social contribuiu para o crescimento econômico.
Entre 2001 e 2005, a Bolívia teve cinco presidentes e um clima de alta polarização e conflito. O início do mandato de Evo também teve momentos complicados, como o processo constituinte e a oposição política se entrincheirando nas regiões ricas do país.
Mas o radicalismo dos primeiros anos foi diminuindo.
Evo Morales está no poder na Bolívia há mais de dez anos; críticos falam em aumento da corrupção, mas admitem estabilidade (Foto: Getty Imagens)

A isso se somam indicadores de inclusão social que favorecem a estabilidade. A pobreza diminuiu consideravelmente. Em 2004, 63% da população era pobre. Em 2015, esse índice passou a 39%.
A distribuição de renda também melhorou nesse período, de acordo com dados do FMI. A Bolívia passou de país mais desigual da América do Sul a uma posição média no continente.
Esses sucessos beneficiaram a imagem internacional de um país governado por um partido composto por organizações sindicais e centrais agrárias indígenas e camponesas – e que negociaram com o governo um acordo para evitar uma crise.
O percentual de pobres no país, passou de 63% em 2004 a 39% em 2015 (Getty Imagens)

Adversários políticos do governo criticam o fato de alguns grupos foram excessivamente favorecidos pela entrada de dinheiro e que o crescimento, apesar de trazer benefícios, trouxe também a corrupção de políticos da situação.
Mesmo assim, a oposição reconhece que Evo tem tido uma política econômica segura e pragmática apesar do seu discurso radical - que inclui, por exemplo, a venda de gás através de contratos de longo prazo com cotação fixa, o controle da inflação e a manutenção das reservas fiscais.
Fonte: BBC Brasil