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(Foto: Gustavo Bezerra) |
O vice-presidente
do Partido dos Trabalhadores (PT), Alexandre Padilha, criticou os rumos da
Operação Lava Jato nesta quarta-feira (13), em Curitiba, antes do depoimento do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Padilha, a operação acabou
desempenhando um papel político e foi uma estratégia frustrada de promover
um candidato à Presidência.
“Há
quatro anos, você tem lideranças do PSDB que plantaram o ódio, se posicionaram
na mídia, na imprensa. Movimentos como o MBL, que agora está mostrando suas
garras, o ódio. Não é só ódio em relação ao PT, é ódio em relação a tudo”,
disse, se referindo ao movimento organizado pelo MBL contra uma exposição
artística em Porto Alegre que promovia a diversidade sexual.
“Se isso é uma
estratégia, não é assim que se constrói um candidato à Presidência da
República. Ninguém constrói um presidente baseado em intolerância, ódio. Se
fizer isso, vai colher Bolsonaro, como estão colhendo Bolsonaro”, disse.
“Plantaram
o ódio e a intolerância e o que colheram foi o Lula liderando as pesquisas
e o Bolsonaro como alternativa para quem semeia ódio e intolerância”.
Padilha
afirma que, para construir uma candidatura, é preciso conversar com a população
e apresentar propostas para o país. “Se tem alguém que quer ser candidato,
que bom, vem para o debate político, vem exercitar a política nas eleições,
participando de partidos políticos. O que não pode é se utilizar do espaço da
Justiça, de um outro Poder, para o qual se presta concurso, se recebe salários,
tem uma grande estrutura para, através desse Poder, querer interferir no rumo
político brasileiro. Se você quer interferir no rumo político brasileiro,
venha disputar eleições”.
Plano
A
Alexandre Padilha
ainda disse que não há “plano B” para o PT. “O plano A não é só do PT, é
de uma parcela importante do povo brasileiro. Tanto é que [Lula] é o líder das
pesquisas. Nós seguiremos com Lula candidato até o fim”.
Ele lembrou que o
partido apoia o ex-presidente e acredita em sua inocência. “Confiamos, ele é um
homem inocente que a Justiça vai inocentar”.
Crítica
à Lava Jato
Padilha afirmou
que o PT contribuiu para a criação dos instrumentos hoje utilizados na
investigação. “Os instrumentos que a Lava Jato hoje utiliza foram criados no
governo do PT. Leis ou encaminhadas pelo governo federal ou iniciativas que o
PT aprovou, As instituições que fazem hoje o combate à corrupção no país são
instituições que ganharam autonomia ou se fortaleceram durante o governo do PT.
O PT já deu demonstrações de sua vontade de combater a corrução no país”.
Porém, para
Padilha, a Lava Jato erra ao comprometer a estabilidade política e econômica do
país em nome do combate à corrupção. “Ninguém pode esconder que parte da
recessão econômica do país, da destruição da cadeia de petróleo e gás, tem a
ver com o uso incorreto de instrumentos que o PT, Congresso e sociedade
brasileira criaram”, disse.
Padilha defende a
punição dos empresários, mas sem abrir mão dos empregos. “Quem quer punir os
empresários e preservar os empregos; quem quer acabar com a Lava Jato é o
governo golpista”.
“Defendemos que o
Brasil seja rigoroso no combate à corrupção. Mas como combate-se a corrupção?
Pune-se o Executivo, quem cometeu qualquer ato ilícito, mas preserva os
empregos. Há exemplos disso nos Estados Unidos, na Alemanha, Europa”, disse.
Padilha afirmou
que é preciso mudar o sistema político e a forma como ele é financiado.
“Precisamos aprender com outros países como eles combatem a corrupção punindo
fortemente quem cometeu o ato ilícito, mas preservando os empregos, preservando
a indústria nacional, preservando as empresas”, disse.
Por Mariana Ohde e Narley Resende para o Parana Portal