segunda-feira, 21 de agosto de 2017

PIB cai 0,24% no segundo trimestre, diz pesquisa da FGV

foto: Agência Brasil
O Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), recuou 0,24% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre. A informação é do Monitor do PIB, divulgado hoje (21), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a pesquisa, no primeiro trimestre o PIB tinha registrado alta de 0,99%. Na comparação com o segundo trimestre de 2016, o recuo foi ainda maior: 0,30%. O principal destaque negativo neste tipo de comparação foi a queda de 1,8% da indústria, influenciada pela redução de 7,4% do setor da construção.
Sob a ótica da demanda, os investimentos tiveram um recuo de 5,1%. Por outro lado, o consumo das famílias avançou 0,6%, depois de nove trimestres consecutivos de queda. O resultado positivo foi influenciado pelos consumos de bens duráveis (3,8%), semiduráveis (7,3%) e não duráveis (0,5%).
Analisando-se apenas o mês de junho, o PIB cresceu 2,65% na comparação com maio, depois de uma queda de 5,79% na passagem de abril para maio.


Quem recebe auxílio-doença tem até hoje para agendar nova perícia

Foto ilustrativa
Termina hoje (21) o prazo para que beneficiários do auxílio-doença convocados pelo Diário Oficial da União procurem o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para agendar nova perícia médica.
Os beneficiários convocados no dia 1º de agosto são aqueles com quem o INSS não conseguiu entrar em contato por meio de cartas que, devido a informações insuficientes ou erradas, foram devolvidas pelos Correios.
Inicialmente, o prazo de cinco dias a partir da publicação da convocação terminaria no dia 5 de agosto. No entanto, horas antes do fim do prazo, o Ministério do Desenvolvimento Social anunciou, em nota enviada à imprensa, que a data limite estava sendo prorrogada para 21 de agosto.
A prorrogação foi divulgada um dia após a 20ª Vara Federal de Porto Alegre (RS) conceder liminar favorável à Defensoria Pública da União (DPU), que pedia que o INSS restabelecesse o pagamento de benefícios por incapacidade cancelados antes que os segurados tivessem passado por nova perícia.
Agência Brasil


Em crise com eleitor, políticos “escondem” partidos

Legendas trocam de nome para tentar driblar rejeição do eleitorado às siglas tradicionais
Hidalgo: “Mais um modismo que não vai servir
para nada” (foto: Franklin de Freitas)
Com a aversão generalizada da população diante dos sucessivos escândalos de corrupção e a crise de representatividade, os políticos brasileiros estão investindo na adoção de nomes “genéricos” para esconder seus partidos e tentar atrair a simpatia do eleitorado. A estratégia para se descolar da crise e driblar a rejeição popular tem sido tirar o “partido” do nome da legenda, apostando no desejo de renovação. A avaliação dos analistas, porém, é de que essa artimanha terá pouco ou nenhum efeito, se as mudanças se limitarem a questões cosméticas e de marketing, e não o comportamento dos políticos em relação às necessidades da população e o trato com o dinheiro público. 
Nesse movimento, vale tanto copiar ideias vindas do exterior quanto olhar para o passado. Nesse segundo caso, por exemplo, está o PMDB, que pretende se livrar do “P” de sua sigla para voltar a se chamar “Movimento Democrático Brasileiro” - ou MDB – nome que a legenda tinha quando foi criada, em 1966, para fazer oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que dava sustentação à ditadura militar. 
A ideia é defendida pelo atual presidente nacional da sigla, senador e líder do governo Temer no Senado, Romero Jucá (RR), que encaminhou um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o nome do partido. A alteração, que tem o aval de Temer, deve ser oficializada em setembro, na convenção nacional da legenda.
Jucá nega que a mudança do nome seja uma tentativa de "esconder" o partido atrás de uma nova marca, já que a cúpula da legenda e o próprio Temer são alvo de denúncias relacionadas a escândalos de corrupção, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato. "Nós estamos querendo colocar o partido de acordo com o que tem de mais moderno no mundo hoje. Os novos partidos não são registrados como partido", alegou. 
Modismo - Em busca de um “abrigo” partidário para sua pré-candidatura à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro anunciou recentemente que está mudando do PSC para o Partido Ecológico Nacional (PEN), que por sua vez passará a se chamar “Patriotas”. O mesmo fez o senador do Paraná, Álvaro Dias – também pré-candidato à sucessão de Temer – que trocou o PV pelo PTN no momento em que a sigla adotou o nome de “Podemos”. Outros exemplos recentes são o PTdoB, que virou Avante e o PSDC, que agora se intitula “Democracia Cristã”. 
Nos dois casos, a inspiração veio de movimentos políticos europeus, como o “Podemos” da Espanha, um partido de esquerda fundado em 2014, que em pouco tempo se tornou um dos mais seguidos nas redes sociais, superando as legendas tradicionais do País. Ou o “Em Marcha!”, da França, criado em 2016 pelo ex-ministro da Economia e Indústria, Emmanuel Macron, eleito presidente do país em junho deste ano. 
Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, essas manobras não vão resolver o problema da descrença do eleitorado com a política. “É mais um modismo brasileiro que não vai servir para nada”, avalia. “Precisa mudar por dentro, coisas que aparentemente ninguém fala”, cobra ele. 
Hidalgo questiona, por exemplo, se o PMDB, além de tirar o partido do nome da legenda, pretende também expulsar seus integrantes denunciados por corrupção. “É preciso mexer nas estruturas”, afirma.
Causa própria
Reforma protege quem já tem mandato
A reforma política em gestação no Congresso tem como único objetivo facilitar a reeleição dos políticos que já têm mandato e dos caciques partidários. A avaliação é do diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, sobre propostas como o “distritão” para a eleição de deputados e a criação de um fundo de R$ 3,6 bilhão com dinheiro público para financiar as campanhas. 

No caso do “distritão” - pelo qual seriam eleitos para o Legislativo os candidatos mais votados, acabando com o voto proporcional ou de legenda - Hidalgo considera que ele até poderia ser positivo, se os partidos fossem fortes, o que não acontece. Esse sim é o verdadeiro golpe. O 'distritão' está vindo para reelegê-los”, afirma.
O mesmo vale para o fundo eleitoral, diz ele. “Pessoas sérias terão dificuldade de gastar esse dinheiro”, aponta, prevendo a rejeição do eleitorado ao uso de dinheiro público para campanha. “Aconteça o que acontecer, só tem um beneficiário – eles mesmos”, considera o pesquisador. 
Além disso, prevê Hidalgo, a tendência é que os partidos limitem o número de candidatos, barrando novas lideranças, para concentrar o dinheiro do fundo nas campanhas de seus caciques.


Bem Paraná