Para jornalista do Viomundo,
condenação no caso do apartamento do Guarujá e reforma trabalhista são dois
poderosos cabos eleitorais do ex-presidente
Viomundo – A perseguição política é um dos
mais poderosos cabos eleitorais no Brasil. Para quem é vítima dela.
A perseguição política desperta
solidariedade de classe. "Ele não é perfeito, mas é um dos meus!"
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Lula traduziu em palavras simples o que qualquer
eleitor do Brasil entende: "Colocar o pobre no orçamento"
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Ao condenar Lula sem provas contundentes
de que ele é dono do triplex no Guarujá, o juiz Sergio Moro tornou-se um dos
cabos eleitorais do ex-presidente para as eleições de 2018.
Mas o "efeito Moro" nas
pesquisas eleitorais, que em breve vão registrar ascensão de Lula –
contradizendo o "sendo comum" dos analistas da GloboNews – não pode
ser entendido fora de um contexto mais amplo.
A condenação de Lula se deu num quadro de
profunda crise econômica, de número recorde de moradores de rua nas metrópoles,
de desemprego avassalador e… de reformas que roubam direitos dos mais pobres.
Dotado de um sofisticadíssimo radar com
que mapeia o sentimento popular, Lula traduziu em palavras simples o que
qualquer eleitor do Brasil entende, independentemente de classe ou educação:
"colocar o pobre no orçamento", disse no discurso em que se lançou
candidato.
Colocar o pobre no orçamento, promete o
ex-presidente, um dia depois de 50 senadores terem atacado algo que a população
mais pobre identifica com muita clareza: o direito de recorrer à Justiça
trabalhista, de barrar o impulso escravocrata do patrão.
50 senadores e Moro, em conjunto, deram
grande impulso à candidatura de Lula.
E, ocupando desde já as ruas, o
ex-presidente não só nega o espaço onde poderiam florescer candidatos à
esquerda. Parece entender que, incapaz de controlar o resultado das eleições de
2018, a direita vai partir para adiá-las, sob qualquer subterfúgio, da mesma
forma que as pedaladas fiscais foram usadas para derrubar Dilma Rousseff.
Registre-se que a conjuntura eleitoral é
muito dinâmica. Mas, olhando com os olhos de hoje, se houver eleição e Lula
colocar a Globo do outro "lado", como Trump fez com a CNN e a
"mídia liberal" nos Estados Unidos, Lula será eleito no primeiro
turno.
Moro, a Globo e 50 senadores. Lula tem uma
dívida com eles.