Um dia depois da decisão que libertou o ex-ministro Geddel
Vieira Lima para prisão domiciliar, vem à tona trecho de depoimento do
empresário Lúcio Funaro à Polícia Federal em que ele disse, no último dia 7 de
julho, que entregava "malas de dinheiro" nas mãos do peemedebista
numa sala do aeroporto de Salvador; Funaro disse que chegou a fazer "várias
viagens em seu avião ou voos fretados" com esse objetivo; a respeito da
pressão de Geddel sobre sua delação premiada, Funaro contou que começou a temer
pela segurança de sua esposa e de sua filha; nesta quinta, o desembargador Ney
Bello, do TRF-1, determinou que Geddel seja solto do presídio da Papuda mesmo
sem tornozeleira eletrônica
247 – O empresário Lúcio Funaro declarou em depoimento à
Polícia Federal prestado no último dia 7 de julho que entregava "malas de
dinheiro" nas mãos do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
A informação veio
à tona nesta quinta-feira 13 pela Globo, um dia depois da decisão que
libertou Geddel para cumprir prisão domiciliar. O desembargador Ney Bello, do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou hoje que Geddel
deixe o presídio da Papuda mesmo sem tornozeleira eletrônica, e que coloque o
equipamento quando chegar a Salvador. O Ministério Público Federal também fez
hoje um novo pedido de prisão contra Geddel (leia mais).
Funaro
contou que chegou a fazer "várias viagens em seu avião ou voos
fretados" com o objetivo de entregar malas de dinheiro a Geddel. Ele
pretende entregar à PF documentos que comprovem essas viagens – algumas delas,
com destino para outras cidades da Bahia, tiveram paradas em Salvador.
Foi
neste depoimento que Funaro confirmou à Polícia Federal que vinha sendo
pressionado por Geddel, por meio de sua esposa, sobre se fecharia acordo de
delação premiada. Geddel vinha fazendo telefonemas insistentemente para Raquel,
esposa de Funaro. O depoente declarou ainda começar a temer peal segurança de
sua esposa e filha.
"Essas
ligações insistentes por parte de Geddel provocaram no declarante um sentimento
de receio sobre algum tipo de retaliação caso viesse a fazer algum acordo de
colaboração premiada , tendo em vista que Geddel era membro do 1º escalão do
governo e amigo íntimo do presidente Michel Temer", diz trecho do
relatório.
"Essas
comunicações reiteradas de Geddel geravam no declarante o sentimento de que
estava sendo monitorado e em dado momento passou a ter receio sobre a segurança
de sua esposa e filha, já que faziam deslocamentos em estrada pouco movimentada
para o presidio da Papuda", diz outro trecho.