A entrevista bombástica de empresário Joesley Batista à
revista Época, do grupo Globo, fez o Brasil inteiro saber que o golpe
parlamentar de 2016 instalou no poder o "chefe da maior e mais perigosa
organização criminosa do País"; ou seja: o Brasil trocou uma presidente
honesta, sobre quem não paira uma única acusação de corrupção, pelo governo
mais corrupto e mais vergonhoso da história do País; desnecessário dizer como o
papel da Globo, que convocou protestos e panelaços, além de ter mobilizado
todos os seus colunistas, foi decisivo nesse processo; com o Brasil arruinado
econômica e moralmente, a Globo tem, agora, a oportunidade de se redimir pelos
seus erros e pedir desculpas a Dilma
247 – No final de 2014, último ano do
primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, o Brasil fechou o ano com a
menor taxa de desemprego de sua história. No entanto, quando a situação
econômica ainda era relativamente boa, a despeito da crise internacional, os
meios de comunicação familiares no Brasil, liderados pela Globo, promoveram uma
campanha diária de desestabilização do País. No segundo mandato, Dilma foi
praticamente impedida de governar pela aliança formada por PMDB, PSDB, setores
do Judiciário e mídia.
O
resultado está aí: o Brasil mais do que dobrou a taxa de desemprego, o PIB
encolheu 10% em três anos, o país virou piada internacional, líderes globais se
recusam a pisar em solo brasileiro e o golpe parlamentar de 2016 instalou no
poder aquele que, segundo o empresário Joesley Batista, é o "chefe da
maior e mais perigosa organização criminosa do País".
O
seja: o Brasil trocou uma presidente honesta, sobre quem não paira uma única
acusação de corrupção, pelo governo mais corrupto e mais vergonhoso da história
do País.
A
Globo, que convocou protestos e panelaços, além de ter mobilizado todos os seus
colunistas, foi decisiva nesse processo, que começou antes mesmo da derrota
eleitoral tucana. Tudo teve início com os protestos de 2013 – a esse respeito
leia Joesley e a Globo, de Leandro Fortes.
Com
o Brasil arruinado econômica e moralmente, a Globo tem, agora, a oportunidade
de se redimir pelos seus erros e pedir desculpas a Dilma. Quando apoiou o golpe
de 1964, a Globo demorou 50 anos para pedir desculpas. Agora, há espaço para
uma retratação mais célere.