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Gleisi: "Vamos fazer a defesa das nossas fronteiras e da Amazônia com ajuda dos americanos, assim como estão nos ajudando com a Petrobrás" |
Precisamos de mais mobilizações para enfrentar interesses internos e
externos, diz senadora. "Governo abriu portas do inferno para que os males
pudessem pairar", diz, sobre avanço do fascismo
A senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder do seu partido no Senado, considera que a
greve geral de 28 de abril, assim como os movimento dos dias 8 e 15 de março,
foram muito importantes para dar o recado da sociedade brasileira ao Congresso
Nacional de que as reformas trabalhista e da Previdência não interessam ao país
nem ao povo. No entanto, diante dos enormes interesses por trás dessas
reformas, as mobilizações ainda não são suficientes para barrá-las e serão
necessárias “muitas outras manifestações da sociedade para que o Congresso
Nacional realmente escute”.
“Estamos lidando com forças poderosas,
internas e externas, que estão apostando tudo nessas reformas”, afirma a senadora.
O sistema financeiro, a grande mídia, “braço operativo e publicitário desses
interesses”, e setores do empresariado querem aumentar os lucros retirando
direitos dos trabalhadores, avalia.
Na questão da Previdência, os interesses
são ainda maiores. Nesse caso, “a gente também tem esses setores, aliados ainda
a um interesse internacional de quem financia a dívida pública brasileira,
portanto investe em títulos públicos brasileiros”. Eles pretendem diminuir o
papel do Estado na área social para ter mais recurso para pagar serviço de
dívida, diz.
No contexto dos interesses externos que
hoje atuam no Brasil, a senadora comenta, com ironia, a informação divulgada
nesta quinta-feira (4), pela rede britânica BBC, de que o Exército dos Estados
Unidos participará de exercício militar na Amazônia a convite do Brasil. “Agora
nós vamos fazer, entre aspas, a defesa das nossas fronteiras e da nossa
Amazônia, da nossa enorme reserva ambiental com a ajuda dos americanos, assim
como estão nos ajudando com a Petrobras?”
Para ela, o governo é responsável pelo
recrudescimento da violência contra trabalhadores, índios, manifestantes,
sem-teto e opositores. “E essa questão da intolerância, da violência, do
fascismo, é incentivada por esse governo que está aí.” Segundo Gleisi Hoffmann,
“esse é um governo que abriu as portas do inferno para que todos os males
pudessem pairar sobre a sociedade brasileira.”
Fonte: RBA