(Foto: José Cruz/Agência Brasil) |
Um teste público
de segurança (TPS) realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na urna
eletrônica identificou três "falhas relevantes” no software do
aparelho, informou ontem (1º) o ministro Gilmar Mendes, presidente da Corte
Eleitoral.
Tais
falhas, no entanto, não estavam presentes em eleições anteriores. São oriundas
das atualizações na urna eletrônica realizadas este ano, para uso nas eleições
de 2018, em que se votará para presidente, governador, senadores, deputado
federal e estadual.
Perguntado
se as falhas encontradas poderiam ser uma fonte de preocupação do eleitor em
relação à segurança da urna eletrônica, Gilmar Mendes afirmou que “não há
motivo para isso”.
Ao
explicar mais detalhadamente a jornalistas a natureza das falhas encontradas, o
coordenador de Sistemas Eleitorais do TSE, José de Melo Cruz, disse que “não é
nada que venha de outra eleição e que não seja resolvido em uma semana”.
Participaram do
teste de segurança 16 especialistas em tecnologia da informação previamente
inscritos, que passaram por um processo de seleção de planos de ataques hackers contra a
urna eletrônica, organizado pelo TSE. Um dia antes dos testes, realizados na
sede do tribunal em Brasília, eles tiveram acesso ao código-fonte do software
da urna eletrônica.
Foram
executados 12 planos de testes na urna, segundo o TSE. Os ataques começaram na
última terça-feira (28) e seguem até o final desta sexta-feira (1º). A pedido
de uma das equipes que participam do TPS, foi acrescentado um dia aos
trabalhos.
Falhas
A
principal falha encontrada foi na chave eletrônica que dá acesso à urna, no
momento de transferência das informações sobre os votos.
De
acordo com o coordenador José de Melo Cruz, uma das equipes conseguiu acoplar
um teclado e transferir comandos ao aparelho, tendo acesso ao arquivo de log, que registra todas
as atividades realizadas na urna durante a votação, e a uma planilha interna com
o RDV (Registro Digital do Voto) dos eleitores.
Ele
assegurou, no entanto, que, mesmo com o acesso, foi impossível para os hackers “alterar
ou identificar o voto”. Tal acesso também só seria possível se um especialista
conseguisse acesso físico a algum aparelho, uma vez que as urnas não possuem
nenhum tipo de conectividade de rede. Como há vigilância constante durante a
votação, “isso seria pouco plausível”, disse Melo Cruz.
Questionado
sobre as teorias que surgem a cada eleição, sobretudo em redes sociais, a
respeito da falta de segurança no sistema da urna eletrônica, Melo ironizou e
afirmou que “são tão verdadeiras quanto a teoria de que a Terra é plana”.
O TPS
2017 continua em andamento e o TSE informou que deve divulgar um relatório
técnico sobre as falhas encontradas no sistema da urna eletrônica pouco depois
da conclusão dos trabalhos.
Agência Brasil
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