Apesar da promessa
do governo de enxugar a máquina, o número de indicados a cargos especiais no
governo só cresceu e já é maior do que a quantidade de servidores em funções
comissionadas no início da gestão de Michel Temer.
Em junho do ano
passado, quando o governo assumiu o compromisso de cortar 4 mil cargos,
existiam 20.560 DAS, como são chamadas as vagas de Direção e Assessoramento
Superiores.
No lugar dos DAS,
que quase sempre são pessoas não concursadas, o governo criou as Funções
Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), para quem já é funcionário de
carreira. Todos têm um status a mais e ganham mais por isso.
Na soma, hoje há
22.600 pessoas ocupando vagas especiais. Duas mil a mais em ministérios,
autarquias e fundações.
Os dados são
oficiais, retirados do Painel Estatístico de Pessoal. O economista Gil Castello
Branco, da Contas Abertas, diz que nos últimos meses, as contratações de
pessoas em cargos do tipo foi mais intensa.
“A redução nunca
chegou aos 4 mil prometidos. O governo começou a cortar esses cargos, mas as
contrações começaram a crescer novamente nos últimos meses”, afirmou.
Entre junho e
outubro deste ano, meses em que as denúncias contra o presidente Michel Temer
foram analisadas pelo Congresso, cerca de 335 pessoas, concursadas ou não,
foram alocadas em cargos comissionados em diferentes áreas. O que dá uma média
de dois cargos por dia ao longo dos cinco meses.
Em diversos órgãos
isso tem afetado o clima entre os trabalhadores. Na Funai, por exemplo,
servidores protestaram contra o Diretor de Administração, Francisco José Nunes
Ferreira, que indicou nomes para o assessoramento dele e realocou verbas de
quase R$ 10 milhões, a revelia do grupo técnico da instituição.
Para o presidente
da Associação Nacional dos Servidores da Funai, Rogério Oliveira, o problema
não é a indicação, mas a qualidade do indicado. “Os atos recentes praticados
pelo Diretor de Administração revelam o perigoso processo de disputa política
na direção do órgão, com consequências gravíssimas para a instituição, os povos
indígenas e os servidores”, afirmou.
A Funai disse que
pediu uma investigação da Corregedoria Interna. O Ministério do Planejamento
disse que tem conseguido economizar mais de R$ 190 milhões, com cortes em mais
de 4.184 cargos em comissão, funções de confiança e gratificações.
Fonte:
Contas Abertas
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