Rubens Bueno (PPS) votou contra Michel Temer |
Dos quatro
deputados federais do Paraná que integram a Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara, três votaram com o relatório que recomendou o arquivamento da
segunda denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel
Temer (PMDB) por obstrução da justiça e organização criminosa. A lista dos que
votaram para livrar Temer da investigação no Supremo Tribunal Federal inclui o
ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB), Evandro Roman (PSD) e Edmar
Arruda (PSD). Apenas Rubens Bueno (PPS) votou pelo prosseguimento da denúncia.
O parecer teve 39 votos favoráveis, 26 contrários e 1 abstenção.
A
questão agora deve ser votada pelo plenário da Câmara na próxima quarta-feira.
Para ter prosseguimento e seguir para o STF, a denúncia precisa receber o apoio
de, pelo menos, 342 deputados, o equivalente a dois terços do total de 513
parlamentares da Casa. Havendo autorização da Câmara para prosseguimento da
denúncia, os ministros da Corte decidirão se o presidente Michel Temer vira
réu. Nesse caso, ele será afastado do cargo por até 180 dias.
A acusação contra Temer de obstrução da
Justiça refere-se ao suposto aval dado pelo presidente para que a JBS comprasse
o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e do operador
financeiro Lúcio Funaro, ambos presos.
Joesley Batista, da JBS, gravou uma
conversa com Temer na noite de 7 de março na garagem do Palácio do Jaburu. No
entendimento de Janot, o presidente concordou quando Joesley contou que estava
pagando a Cunha e Funaro para que eles não contassem o que sabem sobre os
esquemas ilícitos.
A acusação de envolvimento em organização
criminosa resulta de uma investigação sobre o suposto “quadrilhão do PMDB da
Câmara”. Relatório da Polícia Federal indicou que Temer tinha poder de comando
nesse grupo e utilizava terceiros para executar tarefas sob seu controle.
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