No Paraná, 25 entidades assinaram manifesto em apoio ao
general Antônio Hamilton Mourão, que não foi contido pelo ministro Raul
Jungmann, e, consequentemente, ao golpe militar no Brasil. Capitaneado pela
Associação Comercial e Industrial do município de Ponta Grossa, na região dos
Campos Gerais, o manifesto foi publicado em jornal local sob o título “Carta
pública de apoio ao General Mourão”. O documento foi subscrito por 25 entidades
comerciais e empresariais rurais, aponta o jornalista Esmael Morais
No
Paraná, 25 entidades assinaram manifesto em apoio ao general Antônio Hamilton
Mourão e, consequentemente, ao golpe militar no Brasil.
Capitaneado
pela Associação Comercial e Industrial do município de Ponta Grossa, na região
dos Campos Gerais, o manifesto foi publicado em jornal local sob o título
“Carta pública de apoio ao General Mourão”. O documento foi subscrito por 25
entidades comerciais e empresariais rurais.
O
manifesto dos “empresários” afirma que “concordamos com o oficial do Exército
Brasileiro” e com a expressão “uma intervenção militar pode ser adotada se o
judiciário não resolver o problema político referente à corrupção”.
O
deputado Aliel Machado (REDE-PR), que é da região, emitiu uma nota de repúdio
denominado #SomosTodosDemocracia na qual afirma que “a ditadura não é remédio
para a corrupção”.
“Nos
preocupa e envergonha saber que uma instituição tão importante como a ACIPG
(que em 2014 chegou a propor que beneficiários de programas sociais não
tivessem direito a voto?!) se presta a um papel tão descolado dos princípios
democráticos, que ignora a história, os sofrimentos e opressões impostos pela
ditadura militar no Brasil”, criticou o parlamentar da Rede.
O
diabo nisso tudo é que boa parte dessas entidades recebe dinheiro público,
direta ou indiretamente, para atentar contra a democracia e a Constituição
Federal.
Abaixo,
leia a íntegra da nota de repúdio de Aliel Machado:
EM DEFESA DA DEMOCRACIA
Manifesto
o meu repúdio a nota “Carta Pública de apoio ao general Mourão”, publicada hoje
pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) em
um jornal local.
Num
momento como este, de crise política e de exposição – absolutamente necessária
– da corrupção, precisamos mais do que nunca defender incansavelmente a
DEMOCRACIA. É ela que nos permite o acesso às informações fundamentais para o
bom funcionamento das instituições, que precisam ser fortalecidas e não caladas.
Não
se trata mais de direita x esquerda, porque já vimos que não é a discussão
verdadeira. Trata-se de cidadania e direitos humanos, trabalhistas, dignidade
de milhões de pessoas que precisam de governos e cidadãos equilibrados e unidos
em torno do país.
A
ditadura não é remédio para a corrupção. Muito pelo contrário, a concentração
de poder é ambiente propício para o uso do poder em benéfico próprio. O sistema
democrático de pesos e contrapesos é a única garantia de um sistema
institucional de combate a corrupção.
Nos
preocupa e envergonha saber que uma instituição tão importante como a ACIPG
(que em 2014 chegou a propor que beneficiários de programas sociais não
tivessem direito a voto?!) se presta a um papel tão descolado dos princípios
democráticos, que ignora a história, os sofrimentos e opressões impostos pela
ditadura militar no Brasil.
Quantos
Rubens Paiva, Vladmir Herzog, atentados como os do Rio Centro, entre outros,
serão necessários para que a memória da ditadura cale as vozes ignorantes ao
sofrimento alheio?
Nos
conforta saber que Ponta Grossa não é isso. Nossa cidade merece respeito. Não
será uma atitude reacionária e condenável que a fará perder a sua alma lutadora
e esperançosa por uma DEMOCRACIA verdadeiramente inclusiva, justa e igual.
#SomosTodosDemocracia.
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