Agência Brasil/Divulgação |
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros reage contra um projeto de lei anunciado pelo governo federal que visa flexibilizar a regulamentação profissional de engenheiros estrangeiros; "Isso significa que, mesmo diante de um trágico cenário de desemprego na engenharia brasileira, o governo irá privilegiar profissionais de outros países. Esta é uma medida entreguista que aprofunda a desnacionalização da economia e o desmonte da engenharia e da soberania", protesta a entidade; segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há hoje ao menos 8.239 obras paralisadas em todo o País, num total de investimentos de cerca de R$ 32 bilhões; em entrevista à TV 247 no final de agosto, o presidente licenciado da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, estimou que o Brasil tem hoje 50 mil engenheiros desempregados
247- Os engenheiros se levantaram nesta terça-feira 17 contra um
projeto de lei anunciado pelo governo de Michel Temer que deverá ser anunciado
ao Congresso com o objetivo de flexibilizar a regulamentação profissional de
engenheiros estrangeiros (leia mais).
Em nota, a
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros afirmou que a proposta
"significa que, mesmo diante de um trágico cenário de desemprego na
engenharia brasileira, o governo irá privilegiar profissionais de outros
países". "Esta é uma medida entreguista que aprofunda a
desnacionalização da economia e o desmonte da engenharia e da soberania",
protesta ainda a entidade.
De
acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), atualmente há pelo menos 8.239 obras paralisadas em todo o Brasil, num
total de investimentos de cerca de R$ 32 bilhões. "Esse cenário significa
milhares de engenheiros desempregados no Brasil sem reposição dos postos de
trabalho", continua a Fisenge, lembrando que "este processo foi
iniciado pela Operação Lava Jato, que priorizou a penalização das empresas, no
lugar das pessoas".
Em
entrevista concedida à TV 247 no final de agosto, o presidente licenciado
da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, estimou que o Brasil
tem hoje 50 mil engenheiros desempregados. Assista abaixo à íntegra da
entrevista e leia a seguir a nota da Federação dos Engenheiros:
Fisenge repudia projeto que
flexibiliza entrada de engenheiros estrangeiros no país
O
governo federal anunciou o envio de um projeto de lei, ao Congresso Nacional,
com o objetivo de flexibilizar a regulamentação profissional de engenheiros
estrangeiros. Isso significa que, mesmo diante de um trágico cenário de
desemprego na engenharia brasileira, o governo irá privilegiar profissionais de
outros países. Esta é uma medida entreguista que aprofunda a desnacionalização
da economia e o desmonte da engenharia e da soberania. Atualmente, de acordo
com um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há,
pelo menos, 8.239 obras paralisadas em todo o país, num total de investimentos
de cerca de R$ 32 bilhões. Esse cenário significa milhares de engenheiros
desempregados no Brasil sem reposição dos postos de trabalho. Este processo foi
iniciado pela Operação Lava Jato, que priorizou a penalização das empresas, no
lugar das pessoas. Repudiamos a corrupção e reivindicamos a punição de
responsáveis, mas não podemos permitir esse método, que desmonta a engenharia
brasileira e criminaliza as empresas.
Com o
aquecimento da economia, entre os anos de 2002 e 2014, o país viveu um período
de pleno emprego da engenharia. A preservação das empresas nacionais, o
investimento público em infraestrutura e a valorização dos engenheiros
brasileiros representam saídas para a crise econômica, uma vez que o mercado de
trabalho da engenharia tem relação direta com o crescimento do país. O Brasil
possui uma geração de engenheiros e de engenheiras altamente competentes com
excelência tecnológica que, inclusive, foi responsável por uma das mais
notáveis descobertas mundiais: a prospecção de petróleo em águas profundas,
técnica que possibilitou a descoberta do pré-sal.
A
justificativa do governo federal para "destravar o mercado da construção
civil – imobiliário e de infraestrutura – para estrangeiros" é falaciosa e
tem a finalidade de entregar o Brasil e os empregos a estrangeiros. Há que se
destacar que não existe reciprocidade em outros países para a entrada e a
admissão de engenheiros brasileiros.
Repudiamos,
veementemente, esta medida e convocamos todos os profissionais, estudantes e
entidades representativas dos profissionais e empresas de engenharia do Brasil
para se mobilizar contra esta medida que acaba com o mercado para os
profissionais e empresas brasileiras.
Rio de
Janeiro, 16 de outubro de 2017.
Federação
Interestadual de Sindicatos de Engenheiros
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