A senadora Gleisi Hoffmann afirma que a solução para o país
virá com Luiz Inácio Lula da Silva, um estadista do povo. “Com um governo que
novamente represente a grandeza desse gigante não mais adormecido, mas
violentado e massacrado no seu direito de existir e de se desenvolver”, escreve.
A solução virá com um estadista do povo
As sucessivas
trapalhadas, gafes internacionais, desmontes do estado, dos programas sociais e
as medidas que sacrificam à exaustão a capacidade de recuperação da economia
brasileira e o bolso da população, promovidas pelo governo que está aí, trazem
para o cenário de 2018 uma certeza: precisamos recuperar com urgência,
internamente e lá fora, a confiança no Brasil. Não com discursos demagógicos,
bizarros, moralistas, simplistas e irresponsáveis, mas com a seriedade que só a
postura e os compromissos de um verdadeiro estadista do povo podem assegurar. E
o presidente Lula, em seu governo, já demonstrou ser possível fazer.
Se as eleições presidenciais fossem hoje,
de acordo com a mais recente sondagem do Ibope, Lula alcançaria 35% das
intenções de voto na consulta estimulada, contra o segundo colocado nessa
disputa, que teria apenas 13%. Mais uma vez os institutos de pesquisa confirmam
o que as imagens da caravana de Lula Pelo Brasil, nas edições do Nordeste e de
Minas Gerais, retratam, ou seja, sua popularidade e o apelo do povo por uma
condução responsável, sensível às necessidades da população e séria na condução
dos rumos do País. Quase como um grito de socorro.
Lula fez dois governos com
responsabilidade na área fiscal e com superávit todos os anos. Mas priorizou a
área social, a educação, a saúde, a assistência. Conciliou desenvolvimento e
inclusão social. Valorizou o salário mínimo e aumentou muito os investimentos
em infraestrutura. Por isso, tirou o Brasil do mapa da fome, para onde
vergonhosamente estamos de volta.
A farsa da tal da política de austeridade
e o disparate do teto de gastos alardeados pelo golpe não colam mais. Quanto se
gastou para rejeitar as denúncias contra Temer e de onde saiu esse dinheiro? As
pessoas questionam, mas as autoridades e boa parte da imprensa se calam.
Os setores empresariais, em especial
aqueles que acreditaram que as reformas propostas seriam a tábua de salvação na
crise e que promoveriam uma política fiscal que lhes favorecesse, inclusive
anulando direitos sociais constitucionais, também já desencantaram. Esse teto
de gastos foi pensado para ser cumprido com uma reforma previdenciária que
massacrasse o povo pobre, mas que não mexesse um centímetro nos tantos
privilégios que existem.
Nas andanças por Minas, Lula disse que
quer mudar isso. Não tem como manter esse teto de gastos assim, sem parar todos
os programas sociais, como Temer está fazendo; sem minguar o orçamento das
universidades, a ponto delas fecharem as portas em um curtíssimo prazo; sem
deixar de financiar a ciência e a tecnologia e sem deixar de investir em
setores estratégicos do desenvolvimento e da soberania nacional. Se continuar
dessa forma, o teto de gastos se transformará na extrema-unção da qualidade de
vida do povo brasileiro. Um povo fadado ao desengano com relação ao seu futuro.
Não é a crueldade das medidas de reforma
previdenciária, penalizando os pobres, as mulheres e as categorias
diferenciadas pela natureza do trabalho pesado que exercem, a solução para os
problemas do País. Muito pelo contrário. É possível fazer diferente, de forma
equilibrada, justa e de modo a promover inclusão social, em vez dos
privilégios. Tão pouco reduzindo o estado a fantoche de interesses externos.
Não mesmo!
A quem serve o governo ilegítimo de Michel
Temer, afinal? Ao mercado financeiro, aos ruralistas, grandes empresários, ao
capital estrangeiro, especificamente os interesses norte-americanos, e a 300
parlamentares subordinados a esses mesmos comandos e de olho apenas nas vantagens
individuais e imediatistas que puderem obter.
Digo e repito: precisamos urgentemente
resgatar a confiança na seriedade e na responsabilidade do Brasil com sua
economia e com sua gente. E a solução virá com um estadista do povo. Com um
governo que novamente represente a grandeza desse gigante não mais adormecido,
mas violentado e massacrado no seu direito de existir e de se desenvolver.
*Gleisi
Hoffmann é
senadora da República e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
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