Cinco deputados de
oposição protocolaram hoje (2) no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de
segurança pedindo que a Corte garanta, por meio de uma liminar com efeito
imediato, a manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no
plenário da Câmara.
Os
deputados pedem ainda que seja votado no plenário da Câmara não o parecer da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que rejeitou denúncia de corrupção
passiva contra o presidente Temer, mas a peça acusatória em si, redigida por
Janot.
Ontem
(1º), a oposição apresentou uma questão de ordem ao presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), questionando o rito de votação da denúncia, que concedeu
25 minutos para a manifestação da defesa do presidente Michel Temer, mas não
previu nenhuma manifestação de Janot, autor da acusação.
Maia
negou a questão de ordem, afirmando que, como a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) encaminhou parecer contra a denúncia, “não há, como existia no
processo de impeachment [de Dilma Rousseff], um autor da peça acusatória” a ser
convocado.
No
pedido ao STF, os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), Alessandro Molon
(Rede-RJ), Carlos Zarattinni (PT-SP), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Júlio Delgado
(PSB-MG) argumentam que, ao negar provimento à questão de ordem, Rodrigo Maia
agiu de maneira inconstitucional.
“Ora,
mas é claro que há um autor da peça acusatória contra o Presidente da
República, da qual se cuida aqui: o Procurador-Geral da República, afirmam os
deputados de oposição no mandado de segurança. Segundo a peça, “haverá violação
ao devido processo legislativo, caso não se assegure igual direito de fala para
que se exponha a acusação”.
Pluralismo
político
Os
deputados de oposição alegam também o afrontamento ao princípio do pluralismo
político. “O exame político do plenário ficará enviesado, assim, por um
procedimento arbitrário, que beneficiará o Sr. Presidente da República e seu
governo, em detrimento de todo o processo”, diz o texto.
O
mandado de segurança foi distribuído para a relatoria da ministra Rosa Weber.
No momento, os deputados discursam no plenário da Câmara, esperando que se
atinja o quorum necessário para a abertura da votação, de 342 deputados, mesma
quantidade de votos que seriam necessários para que a Câmara autorize o STF a
analisar a denúncia de Janot.
O
procurador-geral da República acusou o presidente Michel Temer de crime de
corrupção passiva, por ser o suposto destinatário de uma mala de dinheiro com
R$ 500 mil recebida pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em uma pizzaria de
São Paulo, das mãos do executivo da empresa JBS Ricardo Saud.
Nenhum comentário:
Postar um comentário