Oposição impõe derrota a Michel Temer no Congresso Nacional
e o projeto de lei do Orçamento de 2018 apresentará valores menores do que as
expectativas da equipe econômica.
(Foto: Agência Brasil) |
A base do governo começa a dar sinais de fadiga. Michel
Temer não conseguiu aprovar ampliação do déficit fiscal para R$ 159 bilhões em
2018. Após mais de 11 horas de sessão, por falta de quórum, a oposição
conseguiu impor uma derrota significativa derrota ao peemedebista e o Congresso
Nacional não terminou a votação da meta fiscal para 2017 e 2018. A consequência
é que o governo será obrigado a enviar nesta quinta (31) o projeto de lei do
Orçamento de 2018 com o déficit de R$ 129 bilhões, menor do que as expectativas
atualizadas pela equipe econômica.
Mesmo que o texto-base tenha sido aprovado no início da
madrugada, deputados e senadores não concluíram a votação dos cinco destaques
(mudanças no texto) apresentados pela oposição. Ainda está pendente a análise
de duas dessas emendas ao projeto. As votações devem ser retomadas na próxima
terça-feira (5).
A sessão foi
interrompida às 3h37 por ausência de quórum. Era necessária a presença de pelo
menos 257 deputados na Casa para concluir as votações. Contudo, apenas 219
estavam na sessão neste horário. O presidente do Congresso, Eunício Oliveira
(PMDB-CE) (foto), esperou mais de 50 minutos pela chegada dos deputados, mas
decidiu encerrar os trabalhos.
Eunício
tentou minimizar a derrota do governo e afirmou que “a meta já está aprovada”.
Apesar de o texto base ter sido aprovado, a revisão só terá validade quando
todas as emendas forem apreciadas. “Estou com a consciência de dever cumprido.
Não estou aqui nem para defender o governo e nem para tirar o direito da
oposição “, disse Eunício.
Para o líder do
governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o governo não foi derrotado com a não
conclusão da votação. “Foi uma derrota para o cansaço, porque 38 deputados não
conseguiram chegar. Faz parte do jogo. Foi uma obstrução legítima, não podemos tirar
o mérito da oposição, mas não é nada que crie qualquer problema para o
governo”, disse.
Pouco
antes do fim da sessão, o líder do PSOL na Câmara, deputado Glauber Braga (RJ),
aformou que viraria a noite se fosse preciso. “Essa história de suspender sessão
para a turma tomar café e, no dia seguinte, de manhã, estar aqui, coisa
nenhuma. Vamos ficar aqui. Não tem isso, não. Vamos ficar aqui no plenário da
Câmara. Eu agora estou disposto. Estou com mais energia do que no início da
sessão para ficar aqui agora”, disse.
A
derrota do governo acontece no momento em que Temer está na China, onde
participa de uma reunião de cúpula dos Brics. Fragilizado diante de acusações
de corrupção, o peemedebista vem tentando fazer avançar a aprovação de projetos
na área econômica para manter uma agenda positiva. É esperado para os próximos
dias o envio de uma nova denúncia contra Temer ao STF (Supremo Tribunal
Federal) como novo desdobramento das delações do grupo JBS e do corretor de
valores Lúcio Bolonha Funaro.
*Com informações
da Folha de S.Paulo, UOL e Agência Brasil
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