A força-tarefa da Lava Jato praticamente descartou a delação
premiada do ex-ministro Antonio Palocci; os investigadores da operação ficaram
insatisfeitos com o material que foi oferecido pelo petista; em maio deste ano,
o ex-ministro trocou de advogado e começou a negociar a delação; a expectativa
era de que, além de políticos de primeiro escalão, ele revelasse esquemas de
corrupção envolvendo o mercado financeiro; no entanto, como Palocci não
incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas declarações, a
equipe da Lava Jato não mostrou interesse em seguir em frente com o acordo
247 - As negociações para a delação premiada do ex-ministro
Antonio Palocci esfriaram muito nas últimas semanas.
O grupo de
trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República está insatisfeito com
o material oferecido até agora pelo petista, cuja delação prometia ser
bombástica. Essencialmente, os investigadores se decepcionaram com Palocci, que
não incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu
depoimento.
Palocci
foi preso em setembro do ano passado, durante 35ª fase da Lava-Jato, batizada
de "Omertá" - uma referência a origem do codinome
"italiano", pelo qual o ex-ministro era chamado por executivos da
Odebrecht. Ele foi acusado de receber milhões de reais em propina da
empreiteira.
Em maio
deste ano, o ex-ministro trocou de advogado e começou a negociar a delação. A
expectativa era de que, além de políticos de primeiro escalão, ele revelasse
esquemas de corrupção envolvendo o mercado financeiro. O temor sobre essa
delação levou bancos e gestoras de recursos a consultarem previamente a
Lava-Jato sobre a possibilidade de fechar acordos de leniência.
No dia
26 de junho, oito meses após sua prisão, Palocci foi condenado pelo juiz
federal Sérgio Moro a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ao dar
a setença, Moro afirmou que a proposta de delação do ex-ministro soou mais como
"ameaça" a antigos aliados do que como uma intenção verdadeira de
celebrar um acordo.
As
informações são de reportagem de Murillo Camarotto no Valor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário