Uma das principais conquistas recentes do Brasil, que foi a
exclusão do Mapa da Fome em 2014, no governo da presidente legítima Dilma
Rousseff, está ameaçada; de acordo com a manchete deste domingo do jornal O
Globo, que apoiou sua deposição e troca por Michel Temer, o Brasil pode voltar
a integrar esse grupo ultrajante de países; em 2014, o Jornal Nacional
noticiava que o Brasil era um dos país que mais havia reduzido a pobreza no
mundo; no entanto, desde 2015, ano de preparação do golpe, até agora, a economia
brasileira afundou quase 10%, ampliando drasticamente o número de pobres
247 – Em seu primeiro mandato,
a presidente legítima Dilma Rousseff adotou o lema "País rico é país sem
pobreza". Em 2014, último ano de seu primeiro mandato, ela havia cumprido
a promessa, quando o Brasil finalmente deixou de integrar o Mapa da Fome da
Organização das Nações Unidas.
Em
setembro de 2014, a notícia foi saudada pelo próprio William Bonner, no Jornal
Nacional. "O Órgão das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
citou o Brasil como um dos países que conseguiram reduzir pela metade o número
de pessoas que passam fome. Vinte anos atrás, 14,8% dos brasileiros viviam na
miséria. Agora, esse índice é de menos de 2%, cerca de 3,4 milhões de pessoas.
Segundo a FAO, essa queda se deu por causa da eficiência dos programas de
combate à fome", dizia a reportagem.
Essa
conquista, no entanto, agora está ameaçada. De acordo com a manchete deste
domingo do jornal O Globo, que apoiou sua deposição e troca por Michel Temer, o
Brasil pode voltar a integrar esse grupo ultrajante de países.
"Três
anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que significa
ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma
volta a assombrar famílias", diz a reportagem de Daiane Costa. "O alerta,
endossado por especialistas ouvidos pelo GLOBO, é de relatório produzido por um
grupo de mais de 40 entidades da sociedade civil, que monitora o cumprimento de
um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os
Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030. O documento será entregue às
Nações Unidas na semana que vem, durante a reunião do Conselho Econômico e
Social, em Nova York."
"Quando
o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira metade desta década,
mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos
formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos. A
exclusão de famílias do Bolsa Família, iniciada ano passado, e a redução do
valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar
(PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas
públicas e presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o
colocava como referência em todo o mundo", disse Francisco Menezes,
coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e
consultor da ActionAid, que participaram da elaboração do relatório.
O
pleno emprego, para quem não se lembra, foi obtido em 2014, no último ano do
governo Dilma. Em 2015, mesmo reeleita, ela não pôde governar. Derrotado, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) se aliou ao então deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) para sabotar o País com a farsa das chamadas "pedaladas
fiscais". Desde então, a economia afundou e mais de 7 milhões de
brasileiros perderam seus empregos. No poder, Michel Temer aprofundou a
depressão econômica e liquidou a imagem do Brasil no mundo.
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