Agora que ficou mais do
que provado que o impeachment foi uma conspiração de políticos corruptos para
derrubar uma presidente honesta e frear a Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal
ainda tem a chance de se redimir, anulando o golpe de 2016; nesta quarta-feira
21, em Brasília, um grupo de manifestantes de vários partidos, sindicatos e
associações defendeu essa saída honrosa para o País; antes de ser deposta,
Dilma assumiu o compromisso de convocar eleições diretas – o desejo de 87% dos
brasileiros
247 - Agora que ficou
mais do que provado que o impeachment foi uma conspiração de políticos
corruptos para derrubar uma presidente honesta e frear a Lava Jato, o Supremo
Tribunal Federal ainda tem a chance de se redimir, anulando o golpe de 2016.
Nesta
quarta-feira 21, em Brasília, um grupo de manifestantes de vários
partidos, sindicatos e associações defendeu essa saída honrosa para o
País; antes de ser deposta, Dilma assumiu o compromisso de convocar eleições
diretas – o desejo de 87% dos brasileiros.
Leia
mais sobre o ato na reportagem da Rede Brasil Atual:
Ato pressiona STF a desengavetar processo pela anulação do
impeachment
Em
manifestação diferente das demais, com muitos banners da ex-presidenta Dilma
Rousseff e de Leonel Brizola (líder pedetista morto em 2004), grupos de pessoas
de vários partidos, sindicatos e associações reúnem-se nesta quarta-feira (21),
na capital do país, para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um
tema que tem sido visto como superado por muita gente.
Apesar
das principais discussões políticas, atualmente, serem sobre mudança
constitucional para convocação de eleições diretas ou por um nome para suceder
a Michel Temer por via indireta, esses grupos que estão no ato querem que o STF
tire da gaveta e julgue de uma vez os mandados de segurança que pedem a
anulação do processo de impeachment de Dilma.
"A
presidenta Dilma Rousseff não desistiu de voltar ao cargo, caso contrário ela
não estaria fazendo palestras quase todos os dias para denunciar o golpe
ocorrido no Brasil em 2016. Não é um gesto de desejo para retornar ao poder e
sim de restabelecimento da democracia que nos foi roubada", afirmou a
enfermeira aposentada e militante do PT Edva Aguilar, uma das integrantes do
movimento.
Com o
apoio de parlamentares, que desde as 12h30 estão se revezando entre o local e o
Congresso Nacional para participar dos debates e fazer discursos, eles
pretendem sair em passeata, no final da tarde, a partir da rua onde estão com a
tenda armada – entre os prédios dos ministérios do Planejamento e da
Agricultura – até a Praça dos Três Poderes (em frente à sede do STF).
Mobilizações de 2013
De
acordo com os organizadores, em especial o chamado Movimento pela Anulação do
Impeachment, o momento é importante por diversas razões. Uma delas é o fato de
que quatro anos atrás explodiram em todo o país os protestos de junho de 2013
(no período da Copa das Confederações, que antecedeu a Copa do Mundo de 2014).
E, em especial nesta quarta-feira, completam-se quatro anos do discurso feito
por Dilma que, de uma forma democrática, chamou os governadores ao Palácio do
Planalto e propôs um pacto com várias ações, em atendimento aos pedidos da
população.
A
segunda razão, segundo afirmou o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, é a
instabilidade política em si, observada atualmente. "O país está vivendo
um dos seus piores momentos, sem falar que este é o pior momento do governo
ilegítimo de Michel Temer", destacou.
Outro
motivo é a lembrança da ruptura que o país viveu em 2016, considerada a mais
grave desde a sua redemocratização, que culminou com atos diversos de violência
contra as manifestações populares vistas nos últimos meses. O que levou ao
decreto de Michel Temer que autorizou o uso das Forças Armadas para conter
manifestantes em Brasília, no final de maio, dentro do dispositivo
constitucional de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
"Isto
aqui é uma ação para tomada de posicionamento no sentido de reivindicarmos o
que é de direito dos brasileiros, com a anulação desse impeachment. Um
impeachment sem crime foi um golpe que colocou o Brasil num estado de
exceção", acrescentou Pimenta.
Arbitrariedades
ampliadas
De
acordo com um dos diretores do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito
Federal, Expedito Mendonça, o principal reflexo das mudanças depois do
impeachment de Dilma Rousseff tem sido a ampliação das arbitrariedades e a
repressão policial, principalmente contra sindicalistas. Mendonça aproveitou
sua fala para denunciar que um companheiro de sindicato foi conduzido ontem
(20) de forma violenta por policiais militares, na mesma Esplanada dos
Ministérios onde eles estão reunidos, enquanto convidava colegas para uma
reunião.
"Ele
foi obrigado a entrar à força num carro da PM e levado a uma delegacia com o
argumento de que estava num local onde não poderia fazer este tipo de convite.
É um absurdo. A Esplanada dos Ministérios não tem dono, é um espaço, desde a
sua construção, destinado ao povo, aos trabalhadores do país." Expedito
Mendonça se juntou aos discursos de parlamentares como Gleisi Hoffmann (PT-PR)
e Erika Kokay (PT-DF), para quem o processo de impeachment de Dilma foi uma
ação orquestrada das elites e forças conservadoras brasileiras desde a
reeleição da ex-presidenta, em 2014.
Edva
Aguilar ressaltou que o Brasil já teve um passado histórico marcado por décadas
de escravidão e de desrespeito aos trabalhadores e ao povo de um modo geral.
"Quando olhamos o passado percebemos que sempre que vimos chegar ao poder
um governo progressista, houve também perseguição por parte das elites. Não
adianta gritarmos só 'Fora Temer', porque a subida de Temer foi apenas a ponta
do golpe".
Para Edva,
a importância de se pressionar o Judiciário e reunir a população para pedir a
anulação do impeachment se dá pela visão deste grupo de que "o STF é o
caminho mais fácil para se conseguir o feito, diante de um Congresso cheio de
compromissos espúrios dos parlamentares com os seus financiadores".
"No Supremo, precisaríamos de apenas seis votos para conseguir anular todo
o processo e conseguir a volta ao cargo da presidenta para que fique até
2018", observou.
A
manifestação conta com cenas insólitas, em que são observados ao lado dos
militantes trajando camisetas vermelhas, várias pessoas de paletó e blasers (no
caso das mulheres). Tratam-se de servidores dos ministérios que se revezam
entre uma saída e outra para acompanhar o ato, como é o caso de Cleide Nunes,
assistente administrativa do Ministério da Saúde. "Estou no meu horário de
almoço e vim até aqui para prestigiar o pessoal. Talvez não possa ficar até o
fim, mas farei tudo para conseguir acompanhar a passeata no final do dia",
disse.
Realizado
de forma pacífica, o evento também tem a presença de dirigentes da executiva
nacional do PT, do líder do partido no Senado, Lindbergh Farias (RJ), e da
executiva da legenda no Distrito Federal, entre outros deputados e senadores.
Há caravanas de pessoas das regiões administrativas do DF e de cidades do
interior de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Os chavões principais gritados
pelos manifestantes são: "Não ao Golpe" e "Volta Dilma".
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