Ministério Público do Paraná apura interferência na eleição
para prefeito de Curitiba em 2016; funcionários da secretaria de Urbanismo da
capital paranaense teriam vazado documentos de forma ilícita, de forma a
prejudicar o candidato Ney Leprevost (PSD) e eleger Rafael Greca (PMN)
Paraná 247 - O Ministério
Público Estadual do Paraná descobriu que um secretário municipal estava
envolvido numa armação para manipular o resultado do segundo turno da eleição
para prefeito de Curitiba. O objetivo era derrotar o candidato Ney Leprevost
(PSD), garantindo a vitória de Rafael Greca (PMN) no segundo turno da eleição
disputada em 30 de outubro de 2016, informa o jornal Gazeta do Povo. Outros envolvidos são uma ex-secretária e servidores da
área de urbanismo da prefeitura.
Uma
semana antes da eleição, Leprevost era o virtual prefeito - no dia 21 de
outubro, o Ibope mostrava o candidato do PSD com 53% dos votos válidos contra
47% de Greca. O comitê de campanha de Greca prometeu revelar “verdades surpreendentes” contra Leprevost na última semana da
campanha eleitoral. A “bomba” consistia na revelação de que o irmão de
Leprevost alugou um terreno do Instituto Paranaense de Cegos (IPC) para a
construção de um centro de eventos - um desvio de finalidade. Por conta desse
escândalo, Greca conseguiu a virada na véspera da eleição e venceu a disputa.
Ironicamente,
a trama foi descoberta por acaso. O MPE investigava o pagamento de propinas
para a liberação de alvarás de construção na gestão de Gustavo Fruet (PDT). As
propinas eram pagas ao então secretário Reginaldo Cordeiro - por conta dessas
investigações, foram instaladas escutas na secretaria de Urbanismo de
Curitiba.
No
entanto, os áudios mostraram o inverso - Cordeiro era inocente e os
funcionários da secretaria atuavam para favorecer a campanha eleitoral de
Greca. Uma das escutas flagra funcionários da prefeitura em conversas com os
coordenadores de campanha do candidato do PMN. Os funcionários estavam
encarregados de encontrar arquivos que comprovassem a suposta fraude na locação
do terreno para o irmão de Leprevost.
Os
documentos foram levados para um homem de nome "Luiz", cuja missão
era municiar a campanha Greca com as informações obtidas de forma ilegal dos
documentos da secretaria de Urbanismo. Foi com base nesse vazamento que as
"verdades surpreendentes" apareceram no horário eleitoral do PMN.
Apesar dos esclarecimentos da campanha Leprevost, o imenso estrago eleitoral
estava feito. O candidato do PSD perdeu 6 pontos percentuais na última semana.
Além dos crimes eleitorais, os funcionários da secretaria de Urbanismo podem
responder por crimes administrativos e penais.
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