sexta-feira, 9 de junho de 2017

Canziani critica livro infantil que faz apologia ao incesto e pedofilia

Obra estava sendo distribuída para escolas. Ministro da Educação já mandou recolher publicação.

O deputado federal Alex Canziani (PTB) está indignado com a obra literária “Enquanto o Sono não Vem”, de José Mauro Brandt, que estava para ser distribuída entre os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Educação, dentro da política do Pacto Nacional pela “Alfabetização na Idade Certa” (PNAIC). Para ele, um dos contos, intitulado “A Triste História de Eredegalda”, faz apologia ao incesto, à pedofilia e ao machismo: “Não queremos censurar livros, mas não se pode dar, a uma criança de 7 a 8 anos, uma história como essa”, realçou, de forma contundente. No conto, o pai, que é um rei, sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas e transformar sua esposa em criada. A filha acaba morrendo no fim da história. O enredo rende polêmicas em muitas regiões do país.

O parlamentar paranaense, que preside a Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, criticou o livro na manhã da quarta-feira (7) durante reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele pediu um aparte à presidência da CE para argumentar.

Alex Canziani entrou em contato com o MEC para solicitar o recolhimento do livro de todas as escolas do país. Ele também pediu uma audiência ao ministro Mendonça Filho para formalizar a queixa e reiterar sobre o recolhimento. Ontem (08), no começo da tarde, o ministro concordou com a tese de Canziani e anunciou o recolhimento dos livros com base em um parecer técnico.

Veja aqui o conto e a crítica que o deputado fez na Comissão de Educação, e aqui o vídeo do ministro onde ele anuncia o recolhimento da obra. Abaixo, o conto assinado por Mauro Brandt.

“A Triste História de Eredegalda”

Eram três filhas de um rei.
Todas três eram belas.
A mais bela de todas
Eredegalda chamava.

Um dia, seu pai lhe disse:
-Se quiseres casar comigo,
Serás a minha esposa,
E tua mãe, nossa criada.

-Isso não, querido pai,
Isso não pode ser,
Prefiro ficar fechada
Do que ver minha mãe criada.

Então o rei mandou construir três torres
E trancou Eredegalda dentro.
Só poderia comer carne salgada
Sem beber um copo d'água.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue.
Subiu à primeira torre
Para ver quem avistava.

Avistou suas irmãs,
Que na praia passeavam,
E disse: - Irmãs queridas,
Vêm me dar um copo d'água.

-Não lhe damos um copo d'água,
Pois papai já nos jurou
Pela ponta da sua espada
Se te dermos um copo d'água.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue.
Subiu à segunda torre
Para ver quem avistava.

Avistou a sua mãe,
Que na sala descansava,
E disse: -Ó mãe querida,
Vem me dar um copo d'água.

-Não lhe dou um pingo d'água,
Pois seu pai vai me matar,
Com a ponta da sua espada,
Se eu te der um copo d'água.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue.
Subiu à terceira torre
Para ver quem avistava.

Avistou o triste pai,
Que num jardim de rosas passava,
E disse: -Ó querido pai, por favor
Dê me um copo d'água.

-Não te dou um copo d'água,
Pois tu não quiseste ser minha.
Serias a minha amada;
Tua mãe nossa criada.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue,
E disse: - Pai, se é a mim que tu queres,
toma lá minha mão esquerda.

Vou mandar três cavaleiros,
Cada qual com um jarro d'água.
Aquele que chegar primeiro
Casará com Eredegalda.

Todos três chegaram juntos
Mas Eredegalda já estava morta,
Acompanhada de quatro anjos
E Jesus perto da porta.


Nenhum comentário:

Postar um comentário