(foto: Agência Brasil) |
Um dos
autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o jurista Miguel
Reale Jr anunciou que deixará o PSDB. “Espero que o partido encontre um muro
suficientemente grande que possa servir de túmulo”, disse Reale. A declaração
foi dada ao jornal O Estado de S. Paulo,
logo após o posicionamento da sigla de permanecer apoiando o governo de Michel
Temer (PMDB).
O jurista
comunicou que oficializará sua decisão ao diretório nacional do partido nesta
terça-feira (13), por meio de carta. “Compartilhei ideais e esperanças, mas
desisti diante de tantas vacilações e fragilidades onde não se pode ser fraco,
que é diante da afronta à ética”, justificou.
Na noite
de ontem, os tucanos decidiram permanecer na base governista. No entanto,
acrescentaram que a decisão é passível de reavaliação caso surjam novos fatos a
respeito das investigações contra o peemedebista – investigado no Supremo
Tribunal Federal (STF), de maneira inédita, por corrupção passiva, associação
criminosa e obstrução de Justiça. Com 46 deputados e 11 senadores, o PSDB é
considerado um partido estratégico para garantir um mínimo de governabilidade
na gestão peemedebista.
No último
mês, logo após vir à tona a gravação do empresário Joesley Batista, um dos
donos da JBS, na qual Temer incentiva o pagamento de uma mesada para garantir o
silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o
jurista, que foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique
Cardoso, defendeu a renúncia do presidente ao mandato.
De acordo
com Reale Júnior, o caso é “nada republicano e inadmissível”. Para ele, apesar
de se enquadrar nas hipóteses de impeachment, o “Brasil não aguentaria” um novo
processo de impedimento de seu presidente. “Seria melhor se ele renunciasse, um
novo processo de impeachment é um processo muito doloroso, o país está no
momento de início de saída da recessão”, disse, na ocasião, ao jornal O Globo.
O jurista
também não é favorável à convocação de eleições diretas, para ele, isso seria
“conturbar o país” e criaria “imensa insegurança jurídica”. Reale defende
a escolha, pelo Congresso, de uma “figura isenta” e “com experiência
administrativa”.
Fonte:
Congresso em Foco
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