(Foto:
Tabata Viapiana)
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A força-tarefa da
Lava Jato na Polícia Federal (PF) de Curitiba foi reduzida nas últimas semanas
por decisão da direção-geral da corporação. O número de delegados caiu de nove
para seis. Eles precisam dar conta de aproximadamente 120 procedimentos que
estão em andamento no âmbito da operação. O coordenador da equipe, delegado
Igor Romário de Paula, disse que a redução no efetivo causa dificuldades
operacionais e impede a realização do trabalho de forma satisfatória.
“De
fato, com o número que a gente tem hoje é muito difícil dar continuidade da
forma satisfatória como sempre foi. A gente continua tentando recompor. O
número de agentes e analistas que continuam no caso, não houve essa redução tão
grande. A dificuldade maior hoje é o número de delegados, mas, enfim, temos que
tentar recompor da forma que for possível. Mas a gente tá realmente tendo um
direcionamento grande de efetivo para Brasília”, conta.
O delegado, no
entanto, não acredita em manobras para frear a Lava Jato. Segundo Igor Romário
de Paula, muitos policiais especializados no combate à corrupção e lavagem de
dinheiro foram transferidos para outras regiões, principalmente Brasília e Rio
de Janeiro, que também estão com grande demanda de trabalho na Lava Jato em
decorrência das delações da Odebrecht.
“Eu
posso falar pra vocês do ponto de vista administrativo interno da polícia,
então se há alguma articulação maior, mais ampla, eu não sei dizer. Mas assim,
é uma dificuldade operacional mesmo. E a gente vai ter que superar, porque,
senão, o prejuízo no trabalho vai ser completo”, afirma.
Ministério Público
O
Ministério Público Federal também criticou a diminuição da equipe e pediu
“compreensão” da direção-geral da PF. De acordo com o procurador Carlos Fernando
dos Santos Lima, ainda há muito trabalho a ser realizado em Curitiba, que pode
ser prejudicado com a diminuição na força-tarefa da Polícia Federal.
“A Operação em
Curitiba não está diminuindo, ao contrário, nós vamos ter muito serviços
pelos anos pela frente. Não só de novos fatos, mas também de todas as acusações
que nós temos que proceder. Então é importante que se compreenda, e eu creio
que talvez é preciso que a direção-geral da Polícia Federal compreenda, que nós
precisamos manter uma equipe que realmente seja operacional na Lava Jato, que
realmente dê condições de suporte às medidas que vão ser tomadas daqui pra
frente, às investigações que vão se desenvolver. Nós temos notícias de
colaborações e leniências novas, inclusive essa da empresa JBS que possivelmente
uma parte virá para Curitiba”, explica.
A
Superintendência da PF no Paraná informou que está tentando repor o efetivo
junto à direção-geral.
Fonte:
Paranaportal
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