Em carta de 14 páginas escrita do complexo médico penal de
Pinhais, o ex-ministro José Dirceu analisa o cenário atual do País, defende
guinada à esquerda do PT e critica o governo de Michel Temer; na missiva
redigida antes da decisão do STF que revogou sua prisão preventiva de quase
dois anos, Dirceu diz que o golpe contra a democracia está fracassando;
"Hoje a verdade vem à tona: um presidente repudiado por 80% dos
brasileiros, um programa de reformas que é uma regressão social e política, um
Congresso em pânico e uma mídia que assiste ao fracasso de sua guerra midiática
contra o PT, Lula e o governo Dilma", diz; Dirceu disse também que as
delações da Lava Jato são "forçadas, ilegais fruto das prisões
preventivas, ameaças de pena sem direito a responder em liberdade ou
progredir"; "É delação ou prisão perpétua"
Paraná 247 - O ex-ministro
José Dirceu, que teve a prisão preventiva de quase dois anos de duração
revogada nessa terça-feira, 2, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) , escreveu
uma carta de 14 páginas em que analisa o cenário atual do País, defende uma
guinada à esquerda do PT e critica o governo de Michel Temer e a mídia.
Na
carta, escrita antes do julgamento do STF que o libertou, Dirceu destaca que a
guerra judicial contra a esquerda, patrocinada pela mídia desde o golpe
parlamentar que derrubou Dilma Rousseff, está fracassando. "Não há
justificativa para a ruptura do pacto constitucional de 1988. Hoje a verdade
vem à tona: um presidente repudiado por 80% dos brasileiros, um programa de
reformas que é uma regressão social e política, um Congresso em pânico e uma
mídia que assiste ao fracasso de sua guerra midiática contra o PT, Lula e o
governo Dilma", diz Dirceu.
Dirceu
diz que está, na prática, está condenado à prisão perpétua e critica o processo
de delações premiadas conduzido pelo Ministério Público Federal. Para ele, as
delações na Lava Jato são "forçadas, ilegais fruto das prisões
preventivas, ameaças de pena sem direito a responder em liberdade ou
progredir". "É delação ou prisão perpétua. Feitas de encomenda e de
comum acordo são como os chamados 'cachorros' (presos que, sob tortura,
aceitavam mudar de lado) da ditadura", dispara Dirceu.
Em
sua carta, Dirceu traça uma estratégia para o PT. "Nada será como antes e
não voltaremos a repetir os erros. Seguramente, voltaremos com um giro à
esquerda para fazer as reformas que não fizemos na renda, riqueza, poder, a
tributária, a bancária, a urbana e a política. Não se iludam vocês e os nossos.
Não há caminho de volta. Quem rompeu o pacto que assuma as consequências."
Para ele, nada impede que o partido apoie, se for o caso, a candidatura de Ciro
Gomes (PDT) em 2018. "Devemos nos unir no 1.º ou, seguramente, no 2.º
turno."
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