"As elites brasileiras estão como baratas tontas por uma
razão que tem nome: Luiz Inácio Lula da Silva", diz Marcos Coimbra,
presidente do Instituto Vox Populi; não fosse o medo que têm dele, diz Coimbra,
essas elites apoiariam a solução natural de eleições diretas para a sucessão de
Michel Temer; "só há um motivo para que fujam desta saída, preferindo
tapar o nariz e seguir com Temer ou transferir a escolha aos parlamentares: o
medo de Lula. É a convicção de que ele venceria a eleição que leva banqueiros,
políticos conservadores e donos de veículos de comunicação evitarem a solução natural",
completa
247 - Na avaliação de
Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, as elites brasileiras estão
desnorteadas com a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva voltar à Presidência
e, por isso, não apoiam as eleições diretas, que são o desejo da maior parte da
População.
"As
elites brasileiras estão como baratas tontas por uma razão que tem nome: Luiz
Inácio Lula da Silva. Não fosse o medo que têm dele, haveria uma saída natural para
a enrascada em que meteram o País e que as deixa baratinadas. Elas mantinham-se
coesas desde o segundo semestre de 2015, quando decidiram pôr de lado suas
diferenças e ir juntas derrubar Dilma Rousseff. Sempre concordaram no
fundamento, pois nunca esqueceram seus interesses de longo prazo. Mas a
unificação de táticas do cotidiano foi cimentada somente quando entraram em
acordo para tirar o PT do governo e reassumi-lo na plenitude", escreveu
Coimbra, em sua coluna na Carta Capital.
"Não
era certo que estouraria um escândalo do tamanho desse das delações da JBS, mas
era previsível. Ter na cadeira presidencial um personagem como Michel Temer é
um risco permanente. Ninguém tem o direito de se fingir surpreso com ele. O
Temer de maio de 2017 é igual ao de toda a vida. Dar expediente no Palácio do
Planalto não lhe mudou a natureza.
Para
quem distorceu os fatos a ponto de enxergar crime de responsabilidade de Dilma
em atos administrativos que todos os presidentes praticaram, as fitas gravadas
e os depoimentos dos irmãos Batista deveriam ser amplamente suficientes para
justificar o impeachment de Temer. Todo mundo sabe disso, incluindo o próprio,
que se agarra a tecnicalidades para reduzir o impacto dos fatos.
Com sua
arrogância somada à falta de conhecimento do País, as elites fizeram outra
coisa. Tiraram Dilma, colocaram Temer no lugar e agora têm de lidar com suas
traquinagens. Enquanto isso, Lula tornou-se favorito a vencer a próxima
eleição.
Só há
um motivo para que fujam desta saída, preferindo tapar o nariz e seguir com
Temer ou transferir a escolha aos parlamentares: o medo de Lula. É a convicção
de que ele venceria a eleição que leva banqueiros, políticos conservadores e
donos de veículos de comunicação evitarem a solução natural.
Escapar
da eleição direta, contudo, vai além de apenas querer impedir a volta de Lula.
É ser contra o desejo daqueles que, provavelmente, o elegeriam. É negar a
democracia."
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