“Não estou inocentando ninguém, mas a delação premiada só
valer quando se diz o que o juiz quer ouvir é irracional, surrealismo puro!”,
afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator no Senado do projeto que
pune abuso de autoridade; “O projeto de abuso de autoridade não livra
ladrão algum da cadeia, apenas pune abuso doloso de autoridade”
Blog do Esmael - O senador Roberto Requião (PMDB-PR)
afirmou neste sábado (22) que delação premiada, quando se diz o que o juiz quer
ouvir, é irracional e se configura em “surrealismo puro”.
“Não
estou inocentando ninguém, mas a delação premiada só valer quando se diz o que
o juiz quer ouvir é irracional, surrealismo puro!”, tuitou o parlamentar, que é
relator no Senado do projeto que pune abuso de autoridade.
Surreal
é aquilo que está além do real, que denota estranheza, transgressão da verdade
sensível, da razão, ou que pertence ao domínio do sonho, da imaginação, do
absurdo. Ou seja, as delações se parecem muito algo kafkiano relatado em “O
Processo” (obra póstuma de 1925, do autor checo Franz Kafka 1883-1924).
Sem
citar o caso concreto, por óbvio, Requião se referiu à doentia obsessão do juiz
Sérgio Moro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora
a Lava Jato não tenha provas concretas contra Lula, o delator (no sentido
amplo) só consegue a “premiação” quando corrobora com a narrativa dos
procuradores e do juiz Moro.
O
próprio ex-presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, havia inocentado Lula
num primeiro depoimento de delação. Mas, por não incriminar o ex-presidente,
teve seu acordo de delação premiada suspenso pela Procuradoria Geral da
República em agosto de 2016.
Para
Requião, as prisões ilegais para arrancar delação — sem prova alguma — são
apenas uma faceta do abuso de autoridade de juízes e integrantes do Ministério
Público.
“O
projeto de abuso de autoridade não livra ladrão algum da cadeia, apenas pune
abuso doloso de autoridade”, explicou o relator da matéria que irá à votação na
quarta-feira (26), na CCJ do Senado.
Requião
também disparou contra os procuradores liderados por Deltan Dallagnol que
gravaram um vídeo na semana “a favor” do abuso de autoridade: “Por que os
nefelibatas do jogral não se dispõem a discutir publicamente comigo suas
razões?”.
“Jesus
repartia o pão, outros compram casas populares para especular e ter lucro. Vai
para o inferno?”, espezinhou Requião o procurador Dallagnol, que comprou
apartamentos para investimento destinados a pessoas de baixa renda do programa
Minha Casa Minha Vida.
“Quando
alguns juízes e promotores mentem tentando me desqualificar fica mais evidente
a urgência da lei de abuso de autoridade”, disse o senador Roberto Requião, que
completou: “Não tenho dúvida de que juízes e promotores sérios e racionais
apoiam a lei de “abuso de autoridade”. Deviam, no entanto, se manifestar”.
Brasil 247
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