Na edição desta sexta-feira, 14, o JN ignorou a nota
que a CUT enviou se defendendo de uma acusação genérica onde não cita sequer
nomes de pessoas e nem data
O Jornal Nacional da
TV Globo desta sexta-feira, 14, acusou a CUT de corrupção, mas não leu a nota
que a Central mandou se defendendo de uma delação absolutamente genérica, sem datas
nem nomes de pessoas que supostamente teriam recebido propina.
Esclarecidos os fatos, como relatado abaixo, fica clara a intenção dá TV
Globo de tentar desqualificar a maior e mais combativa Central do Brasil.
Como sempre, quando se trata da CUT, a Globo ignorou o artigo 15º do
Código de Ética dos Jornalistas, da Associação Brasileira de Imprensa, que fala
sobre o direito de resposta às pessoas ou entidades envolvidas ou mencionadas
em matérias.
Em quase metade da edição do Jornal Nacional, os apresentadores Renata
Vasconcelos e William Bonner leram notas de políticos ou entidades acusadas de
corrupção pelos delatores da Odebrecht.
A única entidade acusada de suposta corrupção que não teve direito ao
chamado "outro lado", quando as pessoas ou entidades se defendem de
uma acusação, foi a CUT.
Vamos aos fatos: segundo o JN, um ex-executivo da Odebrecht, Henrique
Serrano, disse que distribuía dinheiro para políticos, funcionários públicos,
índios e sindicalistas da CUT, na região de Porto Velho (RO), onde estava sendo
construída a hidrelétrica de Jirau. Esse dinheiro, disse o delator, era para
que os sindicalistas não apoiassem greves e atos de violência.
Em nota enviada à reação do JN, a CUT disse que estranhava a delação que
não nomina ninguém, que depois de março de 2010, quando o Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia se filiaram a CUT foram
realizadas no Estados as maiores e mais duras greves já feitas em Rondônia, com
resultados extremamente positivos para os trabalhadores. Qual o benefício que a
Odebrecht poderia ter se lá foram fechados os acordos com os maiores índices
salariais do país? O que a empresa ganhou, se os trabalhadores conquistaram com
as greves melhores salários e melhores condições de trabalho?
Leia a nota que a CUT enviou e o JN ignorou:
Nota da CUT sobre estranha delação a dirigente
A CUT não pode responder sobre acusações genéricas que não citam sequer
os nomes dos supostamente envolvidos em propinas.
A CUT repudia e
estranha a delação a dirigentes da Central que não cita sequer nomes de quem
supostamente teria recebido propina da Odebrecht para impedir ações sindicais
para reivindicar melhoria em condições de trabalho e renda em Rondônia.
Primeiro, porque são
os sindicatos que negociam acordos, organizam as lutas e as greves, não a
Central - a CUT Rondônia apoiou política e logisticamente todas as lutas dos
trabalhadores da construção civil do Estado; a CUT nacional ajudou a negociar
os acordos conquistados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civi de
Rondônia.
Segundo, porque a
delação não diz o nome do denunciado nem em que período houve a suposta negociação
do pedido de propina.
Ė preciso esclarecer
que, até março de 2010, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de
Rondônia era filiado à outra central sindical, portanto, a data é
fundamental para esclarecer os fatos. Após o Sindicato se filiar à CUT, foram
realizadas em Rondônia as greves mais duras da história, com resultados
extremamente positivos para os trabalhadores.
Todos os acordos
foram fechados com reajustes muito acima da inflação - com os maiores índices
negociados no país pela categoria -, com enorme aumento nos valores dos
tíquetes refeição, entre outras conquistas. É importante ressaltar que as
greves sempre são encerradas com assembleias onde o trabalhador vota se aceita
ou não o acordo construído e conquistado.
E mais: uma das
grandes conquistas das greves em Rondônia foi a deflagração de uma negociação
tripartite nacional que culminou com a assinatura do Compromisso Nacional de
Melhoria das condições de trabalho na construção civil.
A CUT não pode
responder sobre acusasões genéricas que não citam sequer os nomes dos
supostamente envolvidos em propinas, nem sequer a data em que ocorreram, até
mesmo porque protagonizou com sindicatos filiados uma das maiores lutas do
setor em todo o país.
Esclarecidos os fatos
fica clara a intenção da TV Globo de tentar desqualificar a maior e mais
combativa central sindical do país. O JN ignorou a nota da CUT e deixou no ar a
acusação porque a nota deixa claro que a acusação é absurda. Prova disso são as
conquistas dos trabalhadores após as greves.
Fonte: CUT/Notícias
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