segunda-feira, 24 de abril de 2017

Compromisso com o Brasil e com o povo brasileiro


A recessão vivida em nosso país é uma das piores da história e sem qualquer perspectiva de melhora. O desemprego aumentou drasticamente e está havendo perda de poder de compra das famílias, mesmo com inflação baixa.
Esse agravamento da crise foi resultado da enorme instabilidade política que se seguiu às eleições de 2014, que atingiu fortemente a economia. De lá para cá, houve corte dos investimentos do governo e de suas empresas estatais, em especial da Petrobras; redução de crédito por parte dos bancos, principalmente os públicos; imposição de reduzir programas sociais pelos próximos 20 anos; desmonte da política de conteúdo nacional.
O Brasil está sendo vendido, destruído. A construção civil pesada e a engenharia nacional já foram. O pré-sal e a Petrobrás estão sendo entregues a preços aviltados. Vêm aí a venda das terras para estrangeiros e a abertura do espaço aéreo para o capital internacional. Prepara-se a privatização dos bancos públicos e, como disse o ilegítimo Michel Temer, de "tudo o que for possível". No campo externo, o Brasil se apequena e volta a sacrificar a sua soberania.
Nesse quadro, Lula e o PT, apesar da campanha de desconstrução e ódio que sofrem, apesar de estarem sendo acusados e caçados, surgem como luzes de esperança que podem apontar a saída democrática para a crise brasileira. Foi isso que trouxe a última pesquisa Vox Populi/CUT, divulgada em 18 de abril. Lula e o PT têm a preferência dos votos e da simpatia do povo brasileiro.
Já governamos o Brasil, sabemos o que fazer para gerar emprego e recuperar renda. E mesmo nesse cenário turbulento da política e da crise institucional brasileira, em que a Operação Lava Jato está mais preocupada em buscar consenso da opinião pública para condenar Lula e o PT do que buscar a verdade, temos a obrigação de apontar caminhos e soluções para a crise e estarmos presentes no cenário político nacional.
É por isso que as bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, com apoio da Fundação Perseu Abramo, realizam o Seminário "Estratégias para a Economia Brasileira – desenvolvimento, soberania e inclusão". O debate tem por objetivo formular uma estratégia inclusiva de desenvolvimento em resposta ao projeto neoliberal que tomou conta do País. Além dos parlamentares, economistas, lideranças sociais, teremos a presença de Lula no debate.
No seminário apresentaremos, também, um conjunto de medidas, emergenciais, para recuperar a economia, o emprego e a renda do povo brasileiro, que começam por proteger os trabalhadores, seus direitos e patrimônio, passam por fortalecer as empresas brasileiras para gerar empregos, recuperar a capacidade de investimento do Estado Brasileiro em todas as esferas, investir em infraestrutura, recuperar o papel central da Petrobras e reduzir estruturalmente os juros, barateando o crédito no País.
Em momento de crise econômica como este, é preciso medidas que coloquem dinheiro na economia, na mão do povo, como fez o presidente Lula na crise de 2008/09. Ao invés de cortes, ajustes, discurso de austeridade, Lula fez política fiscal anticíclica. Acelerou o PAC, aumentou o gasto social em 10%, colocando dinheiro nas mãos dos mais pobres.
Com Lula a Petrobras deu um salto nos investimentos. Usou a política de conteúdo local, gerando milhares de empregos, fazendo plataformas, navios, sonda, tudo aqui no país.
Lula fez muito mais. Usou os bancos públicos, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, para dar crédito mais barato ao setor produtivo e aos consumidores. Isso movimentou a economia. Alavancou o desenvolvimento. Os bancos públicos hoje estão com juros maiores que os privados e o BNDES está sendo esvaziado. Devolveu R$ 100 bilhões ao Tesouro e ficará sem a Taxa de Juros de Longo Prazo. Não financiará mais grandes investimentos.
Temos de aproveitar essa experiência para resgatar o Brasil da crise e irmos adiante. Precisamos de um novo ciclo de investimentos e avanços sociais. Para isso temos de ter justiça tributária, os mais ricos têm de contribuir mais. Tributar lucros e dividendos e grandes fortunas é imperativo. Os juros têm de cair. Não podemos consumir 35% do orçamento pagando juros aos rentistas e retirando direitos sociais dos trabalhadores. Esse debate é um dos objetivos do nosso seminário.
Nem o PT, nem Lula, nem nenhum de nós têm o direito de se abater, de esmorecer, diante da perseguição implacável que vivemos. Temos de enfrentar a situação e apontar saídas para a recessão que atinge o Brasil, apresentando um conjunto de medidas como alternativas às reformas em curso.

Da senadora Gleisi Hoffmann (PT)

Nenhum comentário:

Postar um comentário