Com dívidas,
atrasos em pagamentos, falta de licenças e sob investigação do Ministério
Público (MP), a Cooperativa dos Catadores de Apucarana (Cocap) estuda alterar
os serviços prestados como forma de minimizar as exigências legais sobre a
atividade. A cooperativa recebe recursos públicos para realizar a coleta de
material reciclável em todo município.
O MP investiga a Cocap desde o ano
passado. De acordo com o promotor Tiago Cava, o procedimento instaurado em maio
do ano passado, a pedido do Observatório Social de Apucarana (OSA), está na
reta final. “Estão faltando alguns documentos para finalizarmos esse
procedimento. Acredito que nos próximos dias nós conseguiremos finalizá-lo”,
afirma. Segundo ele, algumas irregularidades foram identificadas.
“Além da falta
de várias licenças e alvarás, os cooperados praticamente não usam nenhum
equipamento de proteção para realizar o trabalho. Também não temos ciência da
exata destinação do dinheiro público pago pela Prefeitura à cooperativa”, diz. No
entanto, o promotor ressalta a importância do serviço prestado pela Cocap.
“Nossa intenção não é fechar o local, muito menos dificultar a realização do
trabalho. Sabemos que o serviço é essencial para o município. Apenas queremos
regulamentar tudo, a partir do que diz a lei”, afirma. A Cocap realiza a coleta
de lixo reciclável em toda a cidade. A Prefeitura paga à cooperativa R$ 190 por
tonelada de lixo reciclável coletado.
Cerca de 230 toneladas são coletadas por
mês pela Cocap. Na soma de todos os serviços feitos pela cooperativa, a receita
mensal fica em torno de R$ 90 mil. A cooperativa possui uma dívida de
aproximadamente R$ 40 mil, de acordo com a própria cooperativa, que tem cerca
de 60 integrantes.
Segundo Itamar Gomes de Oliveira, gestor
da cooperativa, a rotina de exigências e burocracia tem desgastado os
cooperados. “O MP já fez dois inquéritos e fomos inocentados nos dois. Agora,
estão investigando novamente e os cooperados não estão entendendo o porquê
disso.
O MP quer que a Cocap funcione como uma
grande cooperativa, mas não somos isso. Os cooperados são pessoas simples, que
tem dificuldade em gerir tanta burocracia. Eles sabem trabalhar e é isso que
estão fazendo. O trabalho está sendo feito”, diz. Segundo ele, os cooperados
avaliam uma mudança de perfil da Cocap.
“Todos esses problemas estão fazendo com
que pensemos em alternativas. Talvez reduzir o quadro de funcionários, não
renovar com a Prefeitura, mudar para uma cooperativa de serviços. Ainda não
definimos, mas acredito que teremos novidades nos próximos dias”, afirma.
TN Online
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