terça-feira, 21 de março de 2017

Prefeito devolve dinheiro pago para “primeiras damas” e se livra de crime de improbidade

No pequeno município de Honório Serpa, sudoeste do Paraná, uma cidade com aproximadamente 5,9 mil habitantes, o prefeito Rogério Benin foi obrigado a devolver para a população R$ 2.433,25. Os recursos haviam sido pagos de forma ilegal para a “Associação das Senhoras dos Prefeitos do Sudoeste do Paraná”, uma espécie de clube de mulheres dos prefeitos.
A devolução ocorreu depois que o Ministério Público, comarca da cidade de Coronel Vivida, sob responsabilidade do promotor Tiago Vacari, instaurou inquérito civil a pedido da organização da sociedade civil Vigilantes da Gestão. A intenção era investigar a conduta do prefeito que havia repassado dinheiro para a ONG sem prestação de contas para o cidadão.
“Assim, verifica-se que a conduta foi culposa e gerou um dano ao erário, o que caracteriza crime de improbidade”, diz a decisão do Ministério Público. Apesar de comprovado o crime de improbidade, por se tratar de um ato de menor potencial, e por uma questão de razoabilidade, o representante do Ministério Público do Paraná, decidiu pedir o arquivamento, já que o dinheiro foi devolvido.
Na alegação do prefeito, nos autos do inquérito, argumentou que sempre existiu orientação jurídica e contábil para o não pagamento e que a ordem para pagar partiu do gabinete sem o devido cuidado. Quer dizer: mesmo havendo recomendação dos departamentos técnicos, o prefeito, eleito pelo povo, tomou a decisão de pagar um ong de forma ilegal.
No entendimento do promotor, já que o prefeito reparou o dano ao erário, Rogério Benin devolveu o dinheiro corrigido, por razoabilidade deixou de pedir a condenação por crime de improbidade.
“De fato, ao analisar o caso, especialmente a resposta fornecida pelo prefeito, podemos concluir que agiu com desídia, pois não observou se aquela documentação havia passado pelo departamento competente”, diz o despacho para o arquivamento.

A promotoria estabeleceu Termo de Ajustamento de Conduta, obrigando o prefeito a devolver os valores corrigidos e requereu comprovante do depósito da quantia paga indevidamente.

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