Para procurador, os vídeos demonstram falta de organização e comando da Polícia Militar, mas não há motivos para criminalização do governador do PR
O Ministério Público Federal (MPF) pediu o
arquivamento da representação feita contra o governador Beto Richa (PSDB) pelo
episódio ocorrido no dia 29 de abril de 2015, que ficou conhecido como a “Batalha do Centro
Cívico”, quando 237 pessoas – a maioria professores – ficaram
feridas após a votação que promoveu mudanças na Paranaprevidência.
O pedido de arquivamento foi feito pelo procurador-Regional da
República, Maurício Gotardo Gerum, em despacho. O pedido foi aceito pelo
vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada.
Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
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Para o procurador, as vídeos registrados não
indicam que a Polícia Militar do Paraná (PM-PR) estava preparada para a
repressão que acabou acontecendo. No documento, Gotardo Gerum, afirma que não
houve preparo dos policiais para a ação e que, mesmo com o uso de spray de
pimenta, os manifestantes não recuaram. “Ao contrário, o vídeo 01 [analisado
pelo procurador] demonstra até certo amadorismo dos policiais”, escreve.
Ainda de acordo com o procurador, faltou à polícia um trabalho de
identificação do que chama de “agentes de tumulto”, mas que não há razões para
a criminalização de Richa. “Na sequência [de vídeos] se vê muito mais uma
Polícia Militar acuada, sem uma orientação clara de ação, tendo de recorrer à
força até mesmo para preservar sua própria incolumidade. Faltou comando, faltou
organização, mas daí não há como se extrair uma conduta criminosa do Governador
do Estado”, concluiu Gotardo Gerum.
O pedido de investigação contra o governador Beto
Richa foi apresentado pelos deputados federais Edmilson Rodrigues (Psol-PA),
Chico Alencar (Psol-RJ), Ivan Valente (Psol-SP) e Jean Willys (Psol-RJ).
A reportagem entrou em contato com a assessoria de
imprensa do governador, por volta das 17h30, e aguarda o retorno.
Para APP, decisão é lamentável
O presidente da APP-Sindicato, que representa os
professores das escolas estaduais, Hermes Leão, não concorda com o
arquivamento. “É uma decisão lamentável. Verificamos que há responsabilidade do
governador e de outras autoridades neste caso. O governador tem o direito à ampla
defensa, mas a sociedade vem cobrando a apuração das denúncias”, afirmou.
FONTE: GAZETA DO POVO
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