O FANTASMA LULA
A direita colocou em prática todo o
seu plano para tirar o PT do governo. Tem o seu governo em Brasília, sua
bancada no Congresso, conta com a blindagem da mídia, tem o grande empresariado
a seu favor. Sua política econômica comanda a destruição do país e dos direitos
das pessoas, liquida com o prestígio externo do Brasil, reduz o Estado
brasileiro à sua mínima expressão, torna o país intranscendente no mundo.
Tudo está
armado, as delações premiadas feitas, os processos sem provas constituídos, as
acusações sem fundamento reiteradas na mídia, para consumar o golpe, mediante a
blindagem do sistema político para tornar inviável que de novo um presidente
possa voltar a governar o país. Já basta o pesadelo de mais de 12 anos.
Mas um
fantasma segue rondando e tirando o sono de todos os que compõem a direita
brasileira: o fantasma do Lula.
Porque
pode-se fazer tudo com uma acusações feita só com convicções, com manchetes
mentirosas, com capas de revistas falsas, com processos baseados em convicções,
menos sentar-se em cima, governar sem nenhum apoio popular, contra o povo e
contra a democracia. Nenhum governo pode resistir à força do apoio popular que
o Lula tem.
Os
editoriais especulam se ele será ou não condenado, quando seria, se poderia
ainda assim ser candidato. Uns dizem que seria entre junho e outubro do ano que
vem, em plena campanha eleitoral, ainda a tempo de ser excluído da disputa,
eliminando o fantasma que tira o sono da direita brasileira.
Lula seria
condenado em primeira instância, mesmo sem nenhuma prova, o que se repetiria em
segunda instancia e pronto. Assim se daria a mágica de eliminar o Lula das
eleições, como se fosse um ato administrativo, banal, mágico. E o governo seria
definitivamente deles, para que dirigissem o Brasil como bem lhes interesses,
como um prolongamento do pior governo que o país já teve, o que surgiu do
golpe.
Lula se
tornou assim a variável mais importante da história brasileira e do futuro do
país. Se ele é candidato, ganha, e desfaz grande parte do que está sendo
destruído pelo governo do golpe. Se o eliminam da disputa eleitoral, consumam o
golpe. Nos dois casos se está decidindo a fisionomia que o Brasil terá em toda
a primeira metade do século. Se consolidará como o país mais desigual do
continente mais desigual, voltará ao Mapa da Fome e ao FMI. Ou retomará o
caminho do desenvolvimento econômico com distribuição de renda, voltará a
diminuir as desigualdades e a exclusão social, será de novo referência para o
mundo no combate à fome e à miséria.
Daí o
nervosismo da mídia, da direita no seu conjunto, espelhada nos editoriais, nas
especulações. Todos depositam nas "hands" do Moro suas esperanças, as
últimas que lhes resta. Porque quando o Lula fala, quando recorda o que fez, o
que eles estão fazendo, quando retoma o potencial que o Brasil tem e o que
deveria ser feito, a direita treme, pelas verdades inquestionáveis das palavras
do Lula. Só resta então o apelo ao tapetão.
Lula já foi
enterrado tantas vezes pelos colunistas da direita, mas a jararaca segue cada
vez mais viva. O governo do golpe – como vozes da direita constatam – trabalha
para o retorno do Lula, é seu melhor cabo eleitoral. Quanto mais sobe o índice
dos que reconhecem que sua vida tinha melhorado a partir de 2003 e agora piora
radicalmente, mais sobe o apoio ao Lula.
O futuro da
variável Lula e do Brasil se decidem neste e no próximo ano. Quanto mais se
avança no tempo, mais ressurge a esperança na figura do Lula. Não serão fáceis
as noites da direita até lá. O Fora Temer tem seu corolário imediato no Volta
Lula!
POR EMIR SADER
Nenhum comentário:
Postar um comentário