A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou pedido
dos senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) para
realização de audiências públicas com o chanceler Aloysio Nunes Ferreira e os
três comandantes das Forças Armadas; objetivo é aprofundar questões da política
de defesa em relação a recursos naturais como o petróleo, minérios e água; os
impactos da operação Lava Jato e do teto de investimentos públicos sobre a
indústria de defesa, caso do domínio do ciclo atômico, também serão discutidos
Sob a presidência do senador
Fernando Collor de Mello (PTC-AL), Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (23), a pedido de Roberto
Requião (PMDB-PR) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), a realização de audiências
públicas com o chanceler Aloysio Nunes Ferreira e os três comandantes das
Forças Armadas: o general Eduardo Villas Bôas (Exército), o
almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar (Marinha) e o brigadeiro Nivaldo Luiz
Rossato (Aeronáutica).
Preocupam os senadores
diretrizes tomadas pelo governo de Michel Temer que, no entender deles, seriam
lesivas à soberania nacional. Requião afirma querer aprofundar pontos como a
política de defesa em relação a recursos naturais como o petróleo, minérios
estratégicos e água. Ele destaca ainda outros temas como a modernização das
Forças Armadas, a internacionalização da terra e políticas de recursos humanos
ligadas à educação, à ciência e à tecnologia.
Lava
Jato
Também serão debatidos
com os ministros os impactos da operação Lava Jato e do teto de investimentos
públicos sobre a indústria de defesa.
No que se refere à Lava
Jato, para Requião e Gleisi, a prisão do almirante Othon Luiz Pinheiro,
considerado o pai do programa nuclear brasileiro, lançou "suspeitas
injustas sobre um projeto que nos dá o domínio do ciclo atômico".
"Se isso não
representa um grave prejuízo geoestratégico, não sabemos mais o que poderia
representar", pontuam no requerimento que foi aprovado.
Para os senadores, a
operação Lava Jato vem causando "prejuízos consideráveis" à base
industrial de defesa, ao "paralisar e fragilizar" empresas que
desempenhariam papel crucial nesta estratégia. Por isso solicitam ainda que,
por ocasião da discussão desse tema específico com os ministros, estejam
presentes representantes de empresas do setor.
Os senadores também
querem ouvir dos ministros o que projetam para o país a partir da promulgação
da Emenda Constitucional nº 95, que limita o crescimento das despesas primárias
por 20 anos e que deverá levar a "contrações brutais" de
investimentos em defesa, no entender deles. Outro tema que esperam aprofundar
com as autoridades é a negociação com os Estados Unidos em torno do uso da base
espacial de Alcântara, no Maranhão.
Brasil 247 com informações da Agência Senado
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