NOVA DELAÇÃO DA ODEBRECHT EXPÕE AS VÍSCERAS DE AÉCIO
Senador teria recebido R$ 63 milhões em propinas por esquema
de fraude para construção da Cidade Administrativa inaugurada em 2010 durante
seu governo em Minas Gerais
Depois de se unir a Eduardo
Cunha para sabotar o Brasil em 2015, quando a política de "quanto pior,
melhor" contribuiu para a queda do PIB de 5%, e para colocar Michel Temer
no poder em 2016, quando a economia caiu mais 3,6%, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) é o primeiro nome a aparecer nas novas delações da Odebrecht.
Benedicto Júnior, ex-presidente
da Odebrecht Infraestrutura, afirmou em seu acordo com a Lava Jato que se
reuniu com Aécio, quando este era governador, para tratar de um esquema de
fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes
empreiteiras. A obra, antes orçada em R$ 500 mi, acabou saindo por R$ 2,1 bi.
Empresas teriam repassado cerca de 3% em propinas para o tucano, o equivalente
a R$ 63 mi. Além de Benedicto Junior, o superintendente da Odebrecht em Minas,
Sergio Neves, também confirmou a fraude.
"Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse
aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a
procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com
Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria
repassado pelas empresas no esquema.
Ainda de acordo com o delator, esses valores
ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos.
Oswaldinho é um colaborador das campanhas do hoje
senador mineiro, atuando como tesoureiro informal. De acordo com informações
obtidas pela reportagem, o ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio
Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra.
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer
(1907-2012), a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, custou R$ 2,1
bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio como
governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas.
As informações fornecidas por BJ em sua delação
premiada foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às
investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio
Neves.
Sergio Neves aparece nas investigações como
responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha,
na delação, os pagamentos a Aécio.
Líder do consórcio, que contou com Andrade
Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era responsável por 60% da obra e
construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício
Gerais."
Nos próximos dias, o procurador-geral Rodrigo Janot
deverá denunciar Aécio ao STF por corrupção.
Em nota, Aécio repudiou o teor do relato de
Benedicto Júnior e defendeu o fim do sigilo sobre as delações “para que todo
conteúdo seja de conhecimento público”.
Fonte: Brasil 247 e Folha de São Paulo
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