terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

AGRICULTORES COBRAM MAIOR SEGURANÇA NO CAMPO
Encontro entre autoridades e proprietários rurais para debater
o problema aconteceu nesta terça-feira (14) na Câmara de 
Vereadores de Apucarana
O delegado-chefe da 17ª Subdivisão da Polícia Civil do Paraná em Apucarana considera importante a cobrança dos agricultores e lamentou as brechas da legislação penal. Ele lembrou que a cidade tem uma cadeia com capacidade para 96 detentos e abriga 330 presos. Somente hoje oito bandidos foram levados para Londrina para colocar tornozeleiras.Fotos/Profeta
Os proprietários rurais de Apucarana estão preocupados com o aumento de furtos e roubos registrados neste início do ano. Segundo dados da Polícia Civil, somente nesses primeiros dias de 2017, oito ocorrências foram registradas. Investigações apontam que os crimes estão sendo praticados por uma quadrilha cujo líder seria um fugitivo da cadeia de Arapongas. Três criminosos já foram presos e mais oito já estão identificados, sendo que cinco mandados de prisão já foram expedidos.

O assunto foi pauta de uma audiência realizada nesta terça-feira (14/02), nas dependências da Câmara de Vereadores, que contou com a presença de agricultores, do comando das polícias Civil e Militar e de representantes do Executivo e Legislativo Municipal. O prefeito Beto Preto esteve representado pelo Secretário Chefe de Gabinete, Laércio de Morais. Ele explicou que a ideia da reunião surgiu para estabelecer um diálogo direto entre a comunidade rural e as autoridades locais na área de segurança pública. “O Estado é o grande responsável pela segurança pública, mas o Município de Apucarana através do prefeito Beto Preto, pensando na população, está sempre atento exigindo uma atuação forte no combate ao crime. Foi um encontro muito produtivo, pois a comunidade rural teve a oportunidade de expor o problema e ouvir o posicionamento das autoridades de segurança, constatando que as polícias estão atuando. Não tem nada abandonado”, declarou Morais.

O delegado-chefe da 17ª Subdivisão da Polícia Civil do Paraná em Apucarana, Dr. José Aparecido Jacovós, disse que o trabalho policial começou a ser feito tão logo as ocorrências se acentuaram. “Em 2016 não tivemos tantas situações graves em áreas rurais. Um caso aqui outro cá, mas nada que deixasse as pessoas com esta situação de insegurança, mas neste início de ano está sendo diferente. Tivemos oito roubos, sendo dois agora em fevereiro. Contudo, a quadrilha já foi identificada. São oito identificados e três presos, sendo que cinco já temos mandato de prisão e em breve estarão encarcerados”, informou Jacovós.
Ele considerou importante a cobrança dos agricultores e lamentou as brechas da legislação penal. “Se não tivéssemos nenhum roubo na zona rural seria primordial. O ideal é que as pessoas possam fazer suas plantações, produzir riquezas sem ficarem amedrontados que alguém vai chegar em sua propriedade e colocar uma arma na sua cabeça, mas infelizmente nós estamos em um país onde a legislação é muito branda com criminosos. Somente hoje, oito bandidos de alta periculosidade foram levados para Londrina para ser colocadas tornozeleiras. Criminosos que certamente vão voltar a delinqüir. E por que estão sendo colocadas tornozeleiras? Porque temos uma cadeia com capacidade para 96 e hoje temos 330 presos. Todos esses fatores contribuem para que o juiz acabe soltando presos de menor periculosidade, que posteriormente vão cometendo crimes maiores. As questões vão virando uma bola de neve”, desabafou.

O comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar do Paraná, em Apucarana, tenente-coronel José Francisco Cardoso, também considerou legítimas as reivindicações dos agricultores. “Temos um controle estatístico diário e temos percebido um aumento das ocorrências não só nas propriedades rurais, mas também na zona urbana tem sido bastante frequente a ação dos marginais. Com as ações que a Polícia Militar tem feito na área urbana, contudo, houve uma migração dos marginais para a zona rural, onde se tem “teoricamente” mais facilidades”, avaliou. Ele anunciou a realização de um cadastramento dos proprietários rurais, nos moldes de um modelo de prevenção ao crime que vem tendo bastante sucesso na região de Jandaia do Sul. “É um experimento de policiamento rural, onde as propriedades são cadastradas com nomes e números telefônicos dos moradores. Sempre que tem uma movimentação diferente os próprios agricultores acionam a Polícia Militar, ou após uma ocorrência, e nós podemos saber o sentido que os marginais tem tomado. Um modelo que tem tido bastante sucesso e vamos trazer para Apucarana, cadastrando inicialmente os agricultores do Correia de Freitas e Pinhalzinho, região onde vem ocorrendo o maior número de furtos e roubos”, comunicou o comandante do 10º BPM. Paralelamente a isso, ele confirmou um trabalho em parceria entre as equipes da P2 da PM e da Furtos e Roubos da PC, para prender os demais integrantes da quadrilha que vem atuando em Apucarana.
Representante da comunidade rural de Correia de Freitas, sugeriu
um trabalho de inteligência policial mais profundo. "Antes de chegar
o veneno, o bandido já está na propriedade esperando o carro da
firma chegar", reclamou Toninho Rola, diácono do distrito.

Em nome da comunidade rural, o diácono do Distrito de Correia de Freitas, Vando Antônio Rola (Toninho Rola), sugeriu um trabalho de inteligência policial mais profundo. “Antes de chegar o veneno, o bandido já está na propriedade esperando o carro da firma chegar. Então, nós não sabemos onde está esta bola de cristal para o marginal saber a hora certa e local. Um trabalho mais profundo da polícia poderia descobrir quem são os mandantes, pois acredito que tem gente grande por traz disto daí”, opinou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário